Treinador do Amarante: "Daqui a 30 anos vamos poder dizer que jogámos contra este Sporting"
Álvaro Madureira quer mostrar "a melhor versão do Amarante" contra "um comboio que atropela toda a gente". O sentimento de fazer história é partilhado pelo presidente do clube, pelo guarda-redes Didi, que sonha com os "principais palcos", e João Filipe, um dos capitães, orgulhoso por "representar a família e a cidade"
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Depois de eliminar AD Fafe, Eléctrico FC e JD Lajense, eis que surge o 'todo-poderoso' Sporting, campeão nacional e atual líder da primeira liga, só com vitórias. "A ficha não caiu logo de início", recorda João Filipe, lembrando o momento do sorteio.
"O sentimento é muito especial", até porque há 45 anos que o Amarante FC não defronta um grande do futebol português, precisamente os leões. Foi a última e única vez que o clube do distrito do Porto mediu forças com um emblema dessa dimensão, tendo forçado o Sporting a um segundo jogo - empatou 1-1 em casa e perdeu 5-0 em Lisboa -, na terceira eliminatória da Taça de Portugal. Formado no clube e a cumprir a quinta época nos seniores, o defesa-central de 24 anos diz que "representar a família e a cidade onde nasceu e cresceu é o maior orgulho". "Sempre sonhei em jogar contra um grande [...] Temos de dar o sangue e a nossa vida", vinca, aos jornalistas, um dos capitães do plantel.
A última barreira do Amarante FC chama-se Diogo Figueiredo, mais conhecido por Didi, e a vontade é "manter a equipa viva no jogo o maior tempo possível". Pela frente está, no seu entender, "a melhor equipa portuguesa da atualidade", mas acredita ser possível travar "Gyökeres" e o resto do ataque do Sporting".
Didi não esconde que tem uma aparente desvantagem, a altura, já que mede 1,77 metros. Inspirando-se em Yann Sommer, suíço do Inter de Milão (1,83), acredita que pode vir a defrontar o Sporting "constantemente, mais à frente". "Sei como trabalho e tenho a certeza absoluta que vou estar nos grandes palcos", frisa o guarda-redes de 23 anos, formado no Rio Ave FC.
A cumprir a primeira época no Amarante FC, após render Renato Coimbra - saiu para o Lusitânia de Lourosa e agora está no Trofense -, o treinador Álvaro Madureira está a surpreender na Liga 3. Ao cabo de 11 jornadas, a equipa amarantina ocupa a segunda posição da Série A, a um ponto da líder AD Fafe.
Contra o Sporting, "um comboio que atropela toda a gente", compara, "o peso da balança está do outro lado". Com a saída de Rúben Amorim e a entrada de João Pereira, o antigo técnico do Tirsense prevê que "as ideias novas" ainda não estejam totalmente refletidas, já que vários jogadores estiveram nas seleções.
Independentemente de as hipóteses de passar à próxima fase serem reduzidas, Álvaro Madureira acredita que é possível "tirar muito do jogo" e "transportar para o campeonato". "Não é todos os dias que defrontamos um grande de Portugal e principalmente este grande. Desde que me lembro de ver futebol, é o melhor Sporting. Daqui a 30 anos vamos poder dizer que jogámos contra este Sporting", enfatiza.
Avizinha-se um encontro "muito especial", tratando-se de "um grande prémio para o plantel jogar numa montra como Alvalade", mas o presidente do Amarante FC recusa apontar como o mais importante da história do clube. A título de exemplo, Ricardo Ribeiro lembra a conquista do Campeonato de Portugal na época passada.
Apesar de toda a envolvência, o dirigente assume que o número de adeptos do emblema amarantino em Lisboa, cerca de 1200, poderia ser o "triplo", caso o jogo se realizasse sábado ou domingo. A partida dos 16 avos de final da Taça de Portugal decorre, esta sexta-feira, às 20h45.
