Um pedaço de Portugal na Suíça: Casa do Benfica é lar dos emigrantes de todos os clubes no coração de Genebra
A TSF falou com Tiago Almeida, gerente do restaurante de uma casa que honra as tradições portuguesas com uma equipa de futebol e um grupo de rancho folclórico
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Num cantão suíço com forte presença de emigrantes portugueses, a Casa do Benfica de Genebra é o ponto de encontro de centenas deles. Nas novas instalações com 700 metros quadrados, inauguradas há um ano por Rui Costa, presidente do Benfica, aqueles que estão longe de casa juntam-se para comer pratos típicos portugueses, assim como para participar nas atividades culturais e desportivas organizadas pela comunidade.
Tiago Almeida, natural da Póvoa de Varzim e emigrante na Suíça desde 2008, é responsável, há três anos, por gerir o restaurante da Casa do Benfica, em conjunto com um sócio. O negócio já se transformou em mais do que uma simples filial de um clube e, por aqui, passa gente de todas as nacionalidades. Atrair suíços e franceses é a única forma de sobrevivência, até porque, se dependesse exclusivamente do dinheiro dos portugueses, "a casa só trabalhava aos fins de semana".
Nessa perspetiva, os adeptos de todos os clubes são igualmente bem-vindos. Tiago Almeida prefere manter o fair play e conta, com orgulho, que há vários sócios da Casa do Benfica de Genebra que são adeptos dos rivais FC Porto e Sporting. Talvez não sejam tão assíduos nos dias de jogos do Benfica, onde, segundo o sócio-gerente, o restaurante se transforma no "Inferno da Luz". Mas o mais importante é o convívio e manter o ambiente familiar que é facilmente palpável à entrada no espaço.
Além de Tiago Almeida e da sua esposa, também poveira, toda a equipa do restaurante fala bom português. O seu sócio nasceu em Viseu, a funcionária do balcão é de Marco de Canaveses e, na cozinha, estão dois brasileiros com uma ligação forte a Portugal. Viveram em Lisboa por 16 anos, de onde saíram, propositadamente, para aceitar a proposta do local onde hoje trabalham.
Fundada há 32 anos, a Casa do Benfica de Genebra criou, desde logo, o seu grupo de rancho folclórico. Desde então que a popularidade foi aumentando, ao ponto de, hoje em dia, viajarem em atuações um pouco por toda a Suíça, incluindo países vizinhos. É uma das atividades que junta os portugueses todas as semanas na Rue de Vermont, no bairro de Servette–Petit‑Saconnex, e, para Tiago Almeida, é uma forma de divulgação da cultura portuguesa no estrangeiro.
Com a ligação do clube-mãe ao desporto, a Casa do Benfica não poderia deixar de ter a sua própria secção de futebol. É constituída por três escalões de camadas jovens - com projeto para aumentar um escalão por época, até um máximo de seis - e tem também uma equipa sénior, que, em tempos, esteve nas principais divisões de Genebra, mas que, devido a alguns anos de desaparecimento, teve de recomeçar do zero. Agora, estão na 4.ª divisão da Associação Genebrina de Futebol e o objetivo é chegar, "o mais rapidamente possível", ao segundo escalão.
