Vasco Vilaça e o bronze nos mundiais de triatlo: "Dá-me confiança para os meus objetivos futuros"
O triatleta português conquistou o bronze no Mundial de triatlo, após ter sido quinto classificado na finalíssima, em Wollongong, na Austrália. Em entrevista à TSF, Vasco Vilaça, de 25 anos, aponta aos Jogos Olímpicos de Los Angeles, em 2028
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Aos 25 anos, Vasco Vilaça reconhece que aprendeu nas últimas temporadas a importância da consistência e das escolhas de cada atleta. O quinto lugar nos Jogos Olímpicos de Paris deu a Vilaça alento para iniciar um novo ciclo olímpico em busca da regularidade nos resultados e nas exibições.
Que significa este quinto lugar. Que diz esta posição sobre o seu futuro?
É uma prova da experiência que já tenho a este nível. O nosso campeonato do mundo está dividido em oito etapas durante o ano e é preciso conseguir manter o nível entre os melhores do mundo em cada uma das etapas, ou seja, durante um ano inteiro. Ano após ano, devagarinho, tenho conseguido aproximar-me, mas sempre falhando uma prova ou outra. Este ano consegui uma série mundial com os quatro resultados que precisava ao mais alto nível. Isto demonstra o trabalho já feito, mas mostra também a experiência e uma confiança muito boa para o ano que vem e para os objetivos futuros.
A experiência daquele dia chuvoso em Paris, do seu 5.º lugar nos Jogos Olímpicos de Paris, motiva-o para LA 2028?
Os Jogos Olímpicos são, sem dúvida, o auge no triatlo. Paris foi uma experiência incrível e o quinto lugar, mais do que o diploma olímpico, foi um passo muito importante para mim, para poder chegar aos meus próximos Jogos Olímpicos com experiência e sabedoria, sabendo aquilo que vai acontecer e como me devo preparar. Diria que em Paris, com tanta coisa nova, sendo a minha primeira experiência, acabei por não me sentir bem preparado. Houve muitas surpresas, muita coisa que eu não consegui controlar. Mas foi uma experiência muito importante, uma mais-valia para 2028.
Foi um dos atletas na transição entre o escalão júnior e a elite durante a pandemia. De que forma isso mudou o seu percurso?
Até acho que a Covid me ajudou. Apareceu numa altura em que eu tinha 20 anos, em que era muito importante para mim dar o salto do escalão júnior, das provas mais curtas, com pessoas mais novas e chegar à elite. Para dar esse salto é preciso muito treino, para igualar os anos de treino dos atletas mais velhos. Por causa da Covid não houve competições, e em vez de desistir da temporada, aproveitei para treinar, ganhar consistência. Foi algo muito bom para mim, algo que, na altura, me ajudou. Não me tornei o melhor atleta do mundo de um dia para o outro, mas foi um passo na direção certa. Ajudou-me a perceber que não posso competir em todas as provas que há, tenho de saber escolher as provas certas, as provas importantes, onde realmente quero ter um bom resultado.
O triatlo, como outros desportos, vive cada vez mais da análise de dados e da informação sobre o rendimento dos atletas. De que forma o seu trabalho tem mudado com estas evoluções?
Quantos mais detalhes, mas é preciso trabalhar. Mas, ao mesmo tempo, ajuda-nos a ter mais ferramentas para treinar, de uma forma melhor, mais consistente, a trabalhar nas coisas que importam. Que tipo de treino está a trabalhar determinadas zonas fisiológicas do nosso corpo, a adaptar o treino a cada pessoa. É um trabalho maior para os treinadores, porque eles têm de adaptar os dados a cada atleta. A mim a informação já chega bastante prática. Sei que, hoje, vou tirar amostras de sangue, ou vou fazer testes com uma máscara para respirar. Depois alguém explica-me e analisamos os dados.