Uma plataforma, "Barcelona com a Seleção", quer que sejam instalados ecrãs gigantes em espaços públicos para ver os jogos do Europeu, mas a Câmara alega razões de segurança para dizer que não.
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A relação da Catalunha com a seleção nacional espanhola é problemática, vamos dizer assim. Mas isso não é notícia, dado o histórico que advém da questão independentista catalã. Novidade é a "guerra" que vai por estes dias entre o executivo de Ada Colau, a presidente da Câmara de Barcelona, e os membros de uma plataforma que se chama "Barcelona com a Seleção". No meio está a transmissão dos jogos da "Roja" (como é tratada a seleção espanhola) durante o Campeonato Europeu de futebol deste verão, em ecrãs gigantes em espaços públicos.
O jornal ABC conta que ontem (terça-feira) decorreu uma reunião no "ayuntamiento" entre a vereadora do Desporto de Barcelona e a plataforma. O encontro acabou com mais um "não" da Câmara, que alega questões de segurança." Já no final de abril, A própria Ada Colau tinha justificado a recusa na instalação de telas gigantes para "não prejudicar o descanso dos vizinhos, por questões de segurança e de ordem pública". O executivo sempre disse que o município não iria suportar os custos de uma operação dessas, no entanto mostrou abertura para que fosse uma empresa privada a levar a cabo a iniciativa.
A plataforma, que conseguiu juntar mais de 35 mil assinaturas a exigir a criação dos espaços para assistir aos jogos, contrapõe que não foi apresentado nenhum estudo que sustente o "não" aos ecrãs gigantes na cidade, criticando a "indiferença" do executivo de Colau. Um argumento que terá irritado particularmente os membros da "Barcelona com a Seleção" terá sido o de que podem procurar um espaço municipal, sempre e quando pagarem aluguer.
Manuel Hernández, o porta-voz da plataforma, em declarações citadas pelo ABC, assegura que os ecrãs gigantes vão mesmo avançar, "sí o sí", e que agora vão estudar a hipótese de alugar um espaço público ou privado para a projeção dos jogos.
No Mundial de 2010, que se jogou na África do Sul, foi aberta uma exceção e um jogo foi transmitido na via pública: a final, entre a Espanha e a Holanda, que os espanhóis venceram. Na altura, o executivo liderado pelo socialista Jordi Hereu permitiu que fossem instaladas telas gigantes na Avenida Rainha María Cristina. 75 mil pessoas assistiram a esse jogo.