O Tirsense joga esta terça-feira os quartos de final da Taça de Portugal, na casa do Elvas. A TSF esteve em Santo Tirso, onde há quem diga que o clube do campeonato de Portugal é um vulcão adormecido que pode entrar em erupção em caso de passagem às meias-finais
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Esta terça-feira faz-se história na Taça de Portugal. Em mais de 80 anos de prova rainha, nunca uma equipa do quarto escalão conseguiu a chegada às meias-finais. O vencedor do Elvas-Tirsense será pioneiro e, do lado visitante, o treinador Emanuel Simões garante que o possível feito é uma esperança para alavancar o clube de regresso a tempos de glória.
Apesar das oito participações na primeira divisão e uma nas meias-finais da Taça, o Tirsense vive agora uma realidade mais humilde. Segundo o técnico dos jesuítas, este cenário não afastou os adeptos, que viajarão em sete autocarros até ao Alto Alentejo para apoiar a equipa a meio da semana.
Emanuel Simões está no cargo há apenas três jogos, mas tem experiência em níveis superiores e, por isso, esta eliminatória é vista como um deja vu. Em 2014/15, liderou o Vizela para uma caminhada assinalável que só parou nos oitavos de final, frente ao Sporting. Agora, espera um desfecho diferente, embora revele alguma empatia com um adversário da mesma divisão que, na sua opinião, ajuda a publicitar uma divisão "esquecida".
O treinador do Tirsense reclama mais atenção para o campeonato de Portugal, competição que acolhe vários talentos em busca de um salto para o futebol profissional. Um deles é Daniel Rodrigues, médio de 23 anos com mais de 30 internacionalizações pelas seleções jovens portuguesas.
A formação no Sporting permitiu-lhe partilhar balneário com vários craques, entre eles Nuno Mendes, Francisco Conceição e Gonçalo Inácio. Ainda assim, não tem pressa para regressar a patamares mais elevados, assegura.
"Cada pipoca estoura a seu tempo" é o lema que usa para se motivar, não escondendo que um encontro com Benfica ou Braga nas meias-finais da Taça de Portugal pode ser a oportunidade perfeita para levantar voo.
Em relação aos possíveis adversários e sabendo que os jogadores raramente revelam as suas preferências, questionamos Manuel Cavadas, acérrimo adepto do Tirsense, sobre onde gostaria de ver a equipa da sua terra jogar, considerando uma hipotética passagem à próxima fase.
"Braga!", respondeu prontamente, justificando com a distância mais curta até à Pedreira.
O Estádio da Luz obrigaria a uma deslocação mais longa, nada que não esteja disposto a fazer, em caso de necessidade. Prova disso são os quase 400km que fará esta terça-feira para ajudar a pintar o Campo Domingos Carrilho Patalino, recinto do Elvas, com o preto e branco dos tirsenses.
Seja qual for o resultado, os dois históricos do futebol português jogam esta terça-feira a partida mais importante da sua história recente com garantia de golos, muitos adeptos e um lugar na história para o vencedor da batalha entre alentejanos e nortenhos.
