Yolanda Hopkins aponta ao título olímpico no surf, mas longe de Paris: “As ondas do Tahiti cabem nas minhas caraterísticas”
A bicampeã europeia em título participa pela segunda vez na competição
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17.500 quilómetros. Esta é a distância que separa Paris, cidade sede, e o Tahiti, que vai albergar a prova de surf nos Jogos Olímpicos. “Mais confortável do que em Tóquio”, afirma Yolanda Hopkins Sequeira, que vai representar Portugal na modalidade entre 27 e 30 de julho.
O motivo da escolha da maior ilha da Polinésia Francesa, segundo a organização, relaciona-se com a qualidade das ondas. Por um lado, em entrevista à TSF, a atleta natural de Faro lamenta o facto de estar “longe da aldeia olímpica” e recorda que também houve limitações na edição de 2021 por causa da pandemia.
Ainda assim, olhando para as caraterísticas da praia de Teahupoo, elogia a opção, já que tem “umas das melhores ondas do mundo”. Apesar da dificuldade do mar, considera, “cabe bem nas caraterísticas” da surfista de 26 anos.
Na edição de estreia da modalidade nos Jogos Olímpicos, Yolanda Hopkins Sequeira ficou em quinto lugar. Agora o objetivo é claro: “Já fui para Tóquio com a ideia de receber a medalha de ouro e nestes Jogos não muda nada. O que quero é a posição número um. Vou sempre com o destino do primeiro lugar.”
A bicampeã europeia em título mostra-se mais preparada porque agora sabe como “funciona” e já não se vê como uma “outsider”.
A qualificação foi alcançada, em fevereiro, com um nono lugar nos Jogos Mundiais de Surf, em Porto Rico. Apesar de o objetivo ter sido alcançado, Yolanda Hopkins Sequeira não guarda boas memórias da prova porque a posição “não refletiu o valor” da surfista. Lembra que, depois do apuramento, ficou “muito doente”, o que a fez perder os heats seguintes.
Satisfeita por estar nos Jogos Olímpicos ao lado de Teresa Bonvalot, tal como aconteceu em Tóquio, lamenta que nenhum homem tenha conseguido o passaporte olímpico. “Foi a parte triste. Tínhamos uma equipa bastante forte. Estivemos perto, mas não conseguimos”, conta.
Yolanda Hopkins Sequeira olha já para o horizonte pós-Paris. “Sem muito tempo para celebrar” caso ganhe uma medalha, logo a seguir tem de se preparar para a etapa da Califórnia da Liga Mundial de Surf. De resto, a nível olímpico, o caminho marítimo está traçado até 2032. “Tenho tatuagens com referências a Paris e Tóquio e já deixei espaço para Los Angeles e Brisbane”, confidencia.
