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Excluída do "playoff" que apurou Portugal para o Europeu de futebol feminino, a antiga capitã decidiu retirar-se da equipa das quinas
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A avançada Edite Fernandes, que recentemente anunciou a retirada da seleção nacional de futebol feminino, não esconde que ainda esperava dar um pouco mais à equipa das quinas na disputa do Campeonato da Europa.
"A partir do momento em que eu não fui convocada para o "playoff", que era o jogo mais importante para a passagem à fase final do Campeonato da Europa, ponderei bem essa decisão porque provavelmente não voltaria a ser chamada", justificou à TSF a antiga capitã.
Edite Fernandes diz que não alimenta angústias mas não esconde que foi apanhada de surpresa: "Obviamente que não contava. Estava sempre à espera tendo em conta que fiz a fase de qualificação [contribuindo com quatro golos para o apuramento inédito] mas isto é futebol e temos que respeitar as opções do selecionador e continuar a trabalhar", acrescentou.
A saída acontece nas vésperas de completar 20 anos na seleção e às portas de cumprir o sonho de disputar o Campeonato da Europa de futebol feminino, mas Edite Fernandes diz que "a decisão foi no "timing" certo".
A "menina-golo" da seleção foi a melhor marcadora da história da seleção nacional e, na despedida, faz um "balanço positivo" de uma "carreira bonita", após 39 golos e 132 internacionalizações.
A jogadora elogia os novos talentos da seleção feminina, esperando que, no Europeu da Holanda, Portugal se apresente à altura das dificuldades: "Sabemos que é um grupo muito difícil mas temos uma seleção bastante forte, com talento e que hoje não tem receio de defrontar qualquer seleção. Por isso, desejo que tenham o melhor desempenho e que desfrutem o momento".
A renúncia à seleção não é, no entanto, um fim de carreira. Aos 37 anos, Edite Fernandes ainda pondera renovar com o Braga: "Ainda acham que posso fazer mais um ano, dando o meu contributo dentro de campo e, nessa altura, decidirei se ainda me sinto capaz de estar mais uma época a desfrutar do futebol e a jogar".
Edite Fernandes começou a carreira no Boavista em 1997, conquistou um lugar na história da seleção feminina principal, da qual chegou a ser capitã.
Na hora da despedida, a Federação Portuguesa de Futebol (FPF) agradeceu o "talento, profissionalismo, dedicação e paixão que Edite Fernandes demonstrou em quase 20 anos de "quinas" ao peito", lê-se numa nota publicada no site da FPF.