O Benfica-Porto deste domingo foi mais um clássico em que o medo de perder se sobrepôs à vontade de ganhar e de jogar futebol de ataque. No fim, ganhou o Benfica, que concretizou uma das raras oportunidades flagrantes da partida, numa altura em que, se não jogavam melhor, os seus jogadores eram, pelo menos, mais intensos e agressivos do que os do Porto.
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Tem sido a história habitual dos clássicos do futebol português nos últimos anos e repetiu-se no Benfica-Porto deste domingo: mais medo de perder do que vontade de ganhar a resultar num jogo quase sem ocasiões e com pouco futebol.
Nos últimos cinco encontros entre Benfica e Porto, três acabaram empatados (0-0 ou 1-1), e dois redundaram em vitórias por 1-0 (uma para cada lado). Os quatro derradeiros jogos entre Benfica e Sporting foram empates (todos 0-0 ou 1-1) e finalmente nos últimos cinco Sporting-Porto registaram-se dois empates (ambos a zero), duas vitórias por 1-0 (uma para cada lado) e uma por 2-1 para o Porto. Ou seja, contas feitas, num total de 14 jogos, nove empates e 17 golos marcados, à média de pouco mais de um golo apontado por jogo.
É pobre. Como pobre foi este Benfica-Porto da sétima jornada da Liga Portuguesa 2018/19, que acabou decidido por um dos únicos três remates que em todo o jogo acertaram nas balizas. Na primeira parte, apenas o Porto acertou no alvo (uma vez) e não se registou qualquer ocasião flagrante de golo.
Na segunda, foi o Benfica o único a acertar no alvo (duas vezes, uma das quais no golo de Seferovic), e as duas equipas podem reclamar duas ocasiões claras para marcar cada uma.
E sobre oportunidades de golo e remates enquadrados estamos conversados, em 90 minutos. Mesmo cruzamentos (10 para cada lado) e cantos (dois para o Benfica e quatro para o Porto), não abundaram. O mesmo não se pode dizer das faltas: um total de 44, das quais 24 cometidas pelo Benfica e 20 pelo Porto, com a particularidade de ao intervalo os portistas terem mais infrações realizadas (14-6), o que significa que na segunda parte os encarnados cometeram 18 faltas contra seis dos azuis e brancos.
Quem sabe se não poderá ter sido essa maior agressividade a fazer inclinar o jogo para o lado do Benfica?! É um facto que nos segundos 45 minutos os comandados de Rui Vitória não terão sido claramente melhores do que os pupilos de Sérgio Conceição, mas pareceram, pelo menos, mais intensos na luta.
Uma maior intensidade que, no final, trouxe aos encarnados a felicidade de impedirem que se completasse o oitavo jogo consecutivo sem vencerem o Porto, oferecendo ainda a Vitória o seu primeiro triunfo sobre os dragões enquanto treinador, ao vigésimo encontro realizado (sete dos quais ao serviço das águias).