
Álvaro Isidoro / Global Imagens
Tudo o que podia correr mal correu mal. Aos dois minutos o Benfica perdia por 1-0 e aos 20 por 2. André Almeida foi expulso. "Cometemos muitos erros", disse Rui Vitória.
O Benfica jogou pela primeira vez com o equipamento alternativo, cinzento, e a cor parece que se colou aos jogadores. Nunca na história do clube o Basileia tinha ganhado por cinco zero na Liga dos Campeões e só por uma vez as águias tinham sofrido tamanha goleada na Taça ou Liga dos Campeões: foi na época 1963/64, contra o Borussia Dortmund.
A noite de Basileia começou a desenhar-se negra logo aos dois minutos. Michael Lang inaugurou o marcador fazendo a bola passar por entre as pernas de Jardel. O brasileiro foi uma das duas novidades no 11 inicial, no lugar de Rúben Dias. A outra foi Raúl Jiménez que surgiu na vaga habitualmente ocupada por Seferovic. O mexicano mal tocou na bola na primeira meia hora.
O Benfica não conseguia serenar o jogo, chegar com perigo à baliza contrária ou defender de forma eficaz. Nada saía bem. Não foi por isso grande surpresa quando, na sequência de um pontapé de canto a favor do Benfica, com três toques, Oberlin fez o segundo dos suíços.
Veio o intervalo e depois a segunda parte, e quem pensou que com Salvio no lugar de Cervi as coisas iam mudar enganou-se. Muito.
Nem um minuto o relógio marcava e já o Basileia quase ampliava para 3-0. Não foi ali foi mais à frente. Fejsa fez penálti e Wolkswinkel (sim, aquele que esteve no Sporting durante duas épocas) marcou. Íamos com uma hora de jogo e passados dois minutos André Almeida piorou o que parecia impossível de piorar (a Lei de Murphy, lá está): depois de uma falta sobre si que não foi assinalada o defesa-direito teve uma entrada muito violenta sobre o adversário que lhe tinha acabado de puxar a camisola e o árbitro não viu. Vermelho direto.
Oberlin fazia 20 anos e Pizzi decidiu dar-lhe uma prenda. Aos 69 minutos o médio do Benfica, com um passe errado, acabou por isolar o camaronês que perante Júlio César não desperdiçou. 4-0.
Parecia um pesadelo. Para a equipa, para os técnicos, para os dirigentes e para os adeptos, que não se calaram durante um minuto em Basileia, mas ainda não tinha acabado. Riveros, que tinha saltado do banco na segunda parte, rematou ao poste por duas vezes e depois acertou no alvo. Era o 5-0.
"Cometemos muitos erros e a este nível os erros pagam-se caro", disse Rui Vitória no final. Há mais de meio século que o Benfica não perdia por números destes na Taça ou Liga dos Campeões.