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O presidente da TAP, Fernando Pinto, defendeu hoje que existem bons candidatos à privatização da companhia aérea, relançada pelo Governo em novembro, adiantando que tem informações de que «pode haver» novos candidatos.
«Tenho um certo conforto ao dizer que temos bons candidatos [à privatização da TAP]", disse o gestor, explicando que "bom candidato é aquele que vem ajudar ao desenvolvimento da empresa e que tem capacidade de dar um bom suporte financeiro».
Em declarações aos jornalistas, Fernando Pinto disse que, depois de oficialmente ter sido anunciada a privatização, teve «informações não oficiais de que pode haver mais candidatos», isto é, «há a hipótese de ter alargado o número de interessados» na TAP.
O presidente da TAP reafirmou que «a privatização é absolutamente necessária», sobretudo devido à «dificuldade para gerir uma empresa do sistema empresarial do Estado, e que por isso tem regras muito complexas, quando tem que ter uma agilidade muito grande».
O ministro da Economia, Pires de Lima, tem dito que existem «mais de três potenciais interessados na TAP, ou seja, pelo menos quatro», aos quais recomendou na sexta-feira que «deem corda às suas propostas e apresentem as suas melhores ofertas».
O grupo espanhol Globalia, o empresário português Miguel Pais do Amaral, com o antigo dono da Continental Airlines, Frank Lorenzo, o empresário Gérman Efromovich e a companhia brasileira Azul têm sido apontados como interessados na compra da TAP.
Fernando Pinto disse que «todos os envolvidos têm absoluta noção da importância que a privatização tem para Portugal».
Questionado sobre os problemas de tesouraria da TAP, o gestor garantiu que a empresa está a tomar medidas «preventivas» para «ter um saldo de caixa confortável para os próximos meses de privatização».
«Como todos os novembros, é um mês em baixo, em que se fazem atualizações do 'cash flow', prejudicado pelo anúncio da privatização, que faz com que os bancos tenham mais cuidados e reanalisem contratos para fechamento», acrescentou.
Além de negociar com as entidades financeiras para ter alguma tranquilidade na tesouraria, ao contrário do que aconteceu durante o processo de privatização de 2012, a TAP está a ajustar a oferta à procura, o que vai levar à suspensão de algumas rotas com menor procura, e a reduzir a estrutura de custos.
«Temos em andamento algumas hipóteses para ter alguma tranquilidade na tesouraria e evitar o que aconteceu em 2012», adiantou.
A TAP está também a negociar a venda de quatro aviões A340, um processo que deverá estar concluído nos primeiros dois meses de 2015, o que o gestor explicou como «uma estratégia de gestão de frota».
«Esses aviões terão que ser vendidos aquando do recebimento dos A350. A ideia é fazer uma pré-venda e é nessa operação que estamos a trabalhar», disse, escusando-se a adiantar quanto pode render essa venda.
O Governo pretende apresentar o caderno de encargos da privatização de até 66% do capital do grupo TAP até ao início de janeiro, para depois poder ser levantado pelos potenciais interessados no grupo português, devendo o processo estar encerrado no primeiro semestre de 2015.