Fundo norte-americano injeta mil milhões para ficar com 75% do capital. Fundo de Resolução fica com o restante. Estado pode injetar mais dinheiro se no futuro o banco enfrentar dificuldades graves.
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Três anos, dois meses e quinze dias depois, o banco que sobrou das cinzas do BES volta a ser privado. O Fundo de Resolução e o fundo norte-americano Lone Star assinaram esta quarta-feira de manhã o protocolo de venda da instituição que determina uma injeção de capital, até ao final do ano, de mil milhões de euros.
A venda estabelece, por determinação da Direção Geral de Concorrência Europeia (DG Comp), que se a instituição baixar os rácios de capital abaixo de determinado valor, não revelado, o Estado poderá injetar mais dinheiro no Novo Banco, numa operação de ajuda de Estado que tem já uma pré-aprovação da DG Comp.
Na cerimónia de assinatura da venda, o responsável da Lone Star para as aquisições na Europa, Donald Quintin, garantiu que o fundo está confiante no futuro da instituição e da economia portuguesa.
O governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, enfatizou que com esta operação, o NB fica "dotado dos meios necessários do plano de negócios que garante a manutenção do papel relevante do banco no financiamento da economia", e defendeu a opção de resolução do BES: "cumpre-se agora o objetivo da resolução do BES. Foi assegurada a continuidade da maior parte da atividade; os depositantes não sofreram perdas. Preservou-se a capacidade de financiamento às empresas e famílias", sublinhou, acrescentando que "esta conclusão é um marco importante para o sistema financeiro português", que fica "mais preparado para dar financiamento à economia portuguesa"