Bagão Félix afirmou, na TSF, que os princípios humanísticos da Europa foram substituídos por uma língua dos números.
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Bagão Félix considera que a Europa tem de passar a preocupar-se mais com as pessoas do que com "números e regulamentos". No espaço de comentário semanal na TSF, "A Opinião", o economista defendeu que está na altura de recordar as instituições europeias de que a Europa "não é um conjunto de números, mas de pessoas completas".
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O comentador partiu do mais um encontro no Vaticano, organizado pelas conferências episcopais da União Europeia, onde marcou presença, para refletir sobre a necessidade de uma nova forma de pensar a Europa.
"Há uma diversidade de 'europas', mas este 'repensar a Europa' é num sentido de a tornar mais humanística", esclareceu.
Bagão Félix lembrou a frase do papa João Paulo II, que falava numa "Europa que respira a dois pulmões". O economista acredita, que na verdade, os pulmões da Europa são quatro, adicionando um pulmão no Norte e outro no Sul da Europa.
Pulmões que, na opinião de Bagão Félix, precisam de um novo fôlego, para dar resposta a uma Europa "envelhecida e cansada". "A Europa surge como um projeto já longe dos ideais do seu lançamento", afirmou.
Para Bagão Félix, é preciso que as "preocupações das instituições e dos regulamentos" estejam focadas na "centralidade da pessoa". "A tal Europa dos cidadãos, de que toda a gente fala mas que quase sempre se transforma numa Europa com preocupações financeiras e económicas", criticou.
O comentador defende que os cristãos podem ter um contributo valioso neste sentido, ajudando a "robustecer o primado da pessoa e da família nas políticas europeias" e que não se confunda "crescimento económico com desenvolvimento humano ".