O Fundo Monetário Internacional (FMI) baixou em duas décimas as estimativas para a economia mundial em 2019.
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O crescimento este ano (2019) passa para 3,5% e 3,6% em 2020
As novas estimativas constam da atualização do "World Economic Outlook"", um relatório com previsões económicas mundiais que foi esta segunda-feira apresentado na conferência de Davos, na Suíça.
O relatório foi apresentado pela Diretora-geral do FMI, Christine Lagarde, para quem "os riscos [na economia mundial] estão a aumentar".
Lagarde anunciou que "temos más notícias, ou no mínimo ameaças, na frente do comércio mundial" mas estes riscos elevados não estão apenas ligados à economia. Para a senhora FMI "alguns dos riscos estão ligados às politicas".
Mas é preciso fazer descansar os mercados e por isso Lagarde deixa uma pergunta e uma resposta no ar: "a crise está ao virar da esquina? Não!"
No entanto, os políticos precisam dar respostas aos problemas. "Atacar as vulnerabilidades existentes e estar preparado se uma forte desaceleração acontecer através da redução das elevadas dívidas públicas" e, é também "tempo para as reformas económicas com base no mercado de trabalho no investimento em infraestruturas", defende.
Sem dizer nomes ou países Lagarde assume que os riscos para a a economia mundial estão interligados porque "não se pode separar o aumento das tarifas aduaneiras com a volatilidade dos mercados financeiros", argumenta.
No relatório hoje publicado podemos ver que a revisão em baixa para o crescimento global em 2019 e 2020 resulta dos efeitos na Alemanha da introdução de novos padrões para emissões poluentes de veículos, em Itália, são as preocupações quanto aos riscos da dívida soberana e riscos financeiros, que penalizaram a procura interna, e, na Turquia a contração da economia foi maior do que o previsto.
"Os riscos para o crescimento global tendem a ser negativos. Uma escalada das tensões comerciais, além das já incorporadas nesta previsão, continua a ser uma importante fonte de risco para as perspetivas", indica o FMI.
Este documento também atualiza as previsões para a zona euro. O relatório antecipa que o Produto Interno Bruto (PIB) da zona euro cresça menos 0,3 pontos percentuais em 2019 do que o previsto em outubro, na anterior previsão do FMI.