A EY diz que não emitiu "juízos de valor" sobre as decisões tomadas na CGD e recusa falar num padrão entre irregularidades internas e as maiores perdas do banco.
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Em nome da EY, a responsável pela auditoria à gestão da Caixa Geral de Depósitos (CGD) no período entre 2000 e 2015, Florbela Lima abre a II Comissão Parlamentar de Inquérito à Recapitalização da CGD e à Gestão do Banco com uma ressalva:
"O nosso trabalho não emitiu juízos de valor sobre a qualidade das decisões tomadas", é "uma compilação de factos". A auditoria, explica a responsável, identificou eventuais irregularidades nos processos de concessão de créditos, não avaliou a "qualidade" dessas decisões, nem tinha "como objetivo a atribuição de responsabilidades civis ou criminais".
O trabalho da EY incidiu nos maiores devedores da CGD e naqueles cujo incumprimento acabou por dar mais prejuízos ao banco público, explica Florbela Lima. A análise do processo de decisão teve em conta as "normas e regulamentos internos" da CGD. Além disso, há informações da CGD que "não foram localizadas", assume.
"Não fizemos análises estatísticas acerca das operações", reitera, questionada pela deputada do PSD Inês Domingos. "Não conseguimos identificar um padrão em que as operações não cumprem o normativo."
Quando houve mais perdas?
Inês Domingues quis saber em que anos foram tomadas as decisões mais prejudiciais para o banco público, com mais perdas e imparidades, em especial se seria entre 2005 e 2008, anos de governação socialista, com quando José Sócrates era primeiro-ministro.
A EY encontrou irregularidades em todo o período sobre o qual incidiu a auditoria (entre 2000 e 2015), responde Florbela Lima. "Durante todos estes anos" há operações que não respeitaram as regras internas de atribuição de empréstimos da CGD. Estas não são mais frequentes em nenhum intervalo específico.
Nem tão pouco é possível garantir que há uma relação direta entre as decisões que fugiram às normas e as operações que registaram maiores perdas para o banco, considera Florbela Lima.
"Não conseguimos identificar um padrão na nossa análise em que se possa dizer que as situações que não estão em linha com o normativo se verificam apenas e só no top 25" de maiores perdas.
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