O líder parlamentar do PS confirma que as negociações técnicas entre o governo e a Comissão Europeia chegaram ao fim e que o momento é de "decisão política". Socialistas querem que UTAO analise previsões feitas pela Comissão Europeia e pelo FMI sobre consumo privado.
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"A fase de trabalhos técnicos, que envolveu a Comissão Europeia e o governo português, está concluída. Os desenvolvimentos que foram observados nessa fase foram muito positivos", disse Carlos César no final da reunião do grupo parlamentar do Partido Socialista.
O líder da bancada do PS afirma que Lisboa e Bruxelas estão agora numa "fase de decisão política", dizendo confiar que a decisão por parte da Comissão Europeia - que deve tomar uma decisão esta sexta-feira - "conforme e acomode a solução orçamental" apresentada pelo executivo português.
Reconhecendo que a elaboração do Orçamento do Estado significou um processo "cuidado" com as entidades europeias e de "consulta" com os partidos que apoiam o governo na Assembleia da República, Carlos César realça ainda que as negociações tiveram uma "complexidade própria" e que o processo chega ao fim "sem euforias".
PS quer UTAO a analisar previsões do FMI e da Comissão Europeia
Depois daquelas que foram as previsões feitas pelo Fundo Monetário Internacional e pela Comissão Europeia em relação à economia portuguesa - e após a Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO) ter considerado "conservadoras" as previsões do executivo em relação à evolução do consumo privado em 2016 -, o PS defende que também a UTAO deve analisar as previsões feitas por parte das entidades internacionais.
"A UTAO fez como um dos seus comentários que as previsões do aumento do consumo privado feitas pelo governo eram demasiado conservadoras. Ora, isto significa que as previsões em que assentam a Comissão Europeia e o FMI, com os dados anteriores a este Orçamento, mais conservadoras são", entende Carlos César.
O socialista adianta, por isso, que "o PS irá propor que a UTAO faça também uma análise às previsões, designadamente de evolução consumo privado, que são feitas quer pela Comissão Europeia quer pelo FMI".
"Esse indicador é determinante para a conformidade e sustentabilidade dos valores que são presentes na nossa proposta de Orçamento do Estado", sustenta o líder parlamentar e presidente do PS.
No relatório de análise ao esboço do Orçamento para 2016, a UTAO prevê que, à semelhança do ano passado, o consumo privado "mantenha em 2016 a taxa de crescimento de 2,6%".