"A indústria agroalimentar é o bode expiatório de todos os problemas na Saúde"
O presidente da Federação Portuguesa das Indústrias Agro-Alimentares queixa-se de perseguição por parte do Governo. Em causa estão questões fiscais e de saúde.
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Jorge Tomás Henriques, presidente da Federação Portuguesa das Indústrias Agro-Alimentares (FIPA), afirmou que a indústria agroalimentar sempre esteve disponível para negociar compromissos com o Estado, mas admitiu não gostar da forma como a Saúde e as Finanças estão a lidar com o setor.
Na abertura de uma conferência sobre a indústria, esta terça-feira em Lisboa, Jorge Tomás Henriques disse não aceitar que "a indústria agroalimentar continue a ser o bode expiatório de todos os problemas relacionados com a saúde".
"O facto de termos categorias homogéneas e de haver uma clara identificação das composições e valores nutricionais através da rotulagem não pode conduzir a um permanente 'apontar de dedo' nem a que esta indústria esteja permanentemente ferida na sua reputação", defendeu o presidente da FIPA.
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O líder da federação das indústrias agroalimentares quer ainda que o Governo reconheça o que a indústria já fez para a redução de sal e açúcar nos alimentos.
"A reformulação dos produtos da indústria não começou hoje. Durante a última década as reduções de sal, açúcar e gorduras permitiu uma acentuada alteração do perfil nutricional e as metas de qualquer iniciativa futura têm de ter em conta este percurso", referiu Jorge Tomás Henriques.
O setor agroalimentar representa um volume de negócios de 16 mil milhões de euros e emprega 111 mil trabalhadores, em Portugal.
A indústria agroalimentar está reunida esta terça-feira, em Lisboa, num seminário que junta todas as associações patronais de agricultura e as empresas de distribuição.