São esta sexta-feira assinados em Lisboa os acordos que possibilitam ter em 2030 interligações energéticas de 15% entre França, Portugal e Espanha.
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A principal obra para ser possível a interligação energética entre a Península Ibérica e o resto da Europa é a construção de um troço submarino de linha de alta tensão no golfo da Biscaia.
O golfo da Biscaia vai aumentar a capacidade de interligação em 7 pontos percentuais, dos atuais 3% para 10% da capacidade instalada de produção elétrica. Ou seja, uma capacidade de permuta de 5 mil MW, o que é equivalente ao consumo de 2,5 milhões de casas.
Horas antes do encontro entre o primeiro-ministro de Portugal, o chefe do Governo de Espanha e o Presidente de França, o ministro da Economia, que tutela a pasta da energia, disse à TSF que agora "acaba o Isolamento elétrico da Península Ibérica".
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Esta vai ser "uma interligação mais forte entre a Península Ibérica e o resto da Europa, com o reforço da capacidade de interligação através dos Pirenéus que vai fazer com que o mercado ibérico deixe de estar isolado", defende Caldeira Cabral.
Os concursos para que as obras arranquem em 2020 são lançados para o ano e a Comissão Europeia garante um financiamento de 578 milhões de Euros, através dos "fundos de interesse comum da Europa".
Os custos de utilização da infraestrutura estão ainda por definir e depende do caderno de encargos mas o ministro acredita que o financiamento comunitário possa fazer baixar os custos de utilização o que "vai permitir ao mercado ibérico obter energia a preços mais baixos e com isso baixar os custos da energia quer para os cidadãos quer para as empresas", defende o ministro.
Mas para se chegar aos 30% de interligações em 2030 existe um longo caminho a percorrer. "Terão que ser lançados outros cabos, ou por terra ou também pela via marítima e esse será um processo que vai requerer estudos e projetos", adianta.
Por outro lado, esta estratégia de interligação tem para Caldeira Cabral duas importante consequências; "uma é que deixa de haver isolamento em termos de preços" e, por outro lado, "no momento em que está a haver uma expansão importante da produção com base em fontes renováveis, poder permitir a Portugal que expanda a sua produção de renováveis, tendo um caminho para escoar os excessos de produção quando a produção for maior do que as necessidades de consumo", conclui.