O presidente da Soares da Costa revela que sem a injeção de capital feita por António Mosquito - ou outra equivalente - a sobrevivência da empresa estaria em causa. 2014 ainda não será o ano da recuperação da construção.
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António Castro Henriques é presidente do grupo Grupo Soares da Costa desde o Verão de 2011 - precisamente o período de maior dificuldade do sector da construção, um dos mais castigados pela crise.
E acredita, em entrevista à TSF e Dinheiro Vivo, que os sinais de recuperação de 2013 ainda não são sólidos. 2014, diz o líder do grupo, ainda não será um ano de viragem porque «a retoma do investimento ainda não sucedeu. E a retoma do sector da construção só acontecerá depois da retoma do investimento». Castro Henriques diz não estar «seguro que 2014 seja um ano de viragem. 2013 foi um ano de viragem na procura de bens e serviços em Portugal. Ter-se-á notado alguma recuperação. Mas neste sector só talvez em 2015 vejamos sinais de recuperação».
Sem investimento a sobrevivência estaria em causa
O grupo Soares da Costa - um dos maiores grupos de construção do país - mas tem passado por grandes dificuldades financeiras. A dívida líquida está acima dos mil milhões de euros e constitui uma asfixia à tesouraria da empresa, que no final de 2012 empregava perto de 5 mil pessoas.
Um constrangimento que foi atenuado recentemente com a injeção de 70 milhões de euros do empresário angolano António Mosquito.
Castro Henriques admite mesmo que «se este accionista não tivesse entrado e outro não houvesse para realizar este investimento, a sobrevivência da empresa estava em causa». Mas recusa dizer que Mosquito - que tem um acordo para entrar também no capital da Controlinveste, dona da TSF e do Dinheiro Vivo - tenha salvado a Soares da Costa: «Não colocaria as coisas assim. António Mosquito investe na Soares da Costa. Investe, toma o risco com as melhores expectativas».