As ações do banco HSBC caíram hoje mais de 2% em Hong Kong após a demissão de um executivo do grupo, na sequência da falha de fiscalização de possíveis operações de branqueamento de capitais e financiamento do terrorismo.
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O valor das ações do banco britânico Hong Kong and Shanghai Banking Corporation (HSBC) caiu 2,3 por cento para 66,35 dólares de Hong Kong (6,96 euros) na sessão desta manhã da Bolsa de Hong Kong.
O HSBC reconheceu «falhas» e apresentou publicamente desculpas, diante do Senado norte-americano, por lacunas na aplicação da legislação contra o branqueamento de capitais.
O banco britânico foi acusado pelos senadores norte-americanos, durante uma audição pública, de poder ter dado ao Irão, a terroristas e a traficantes de droga acesso ao sistema financeiro dos EUA, após o que o diretor do serviço de controlo do banco desde 2002, David Bagley, anunciou a sua demissão em pleno Senado.
O Senado divulgou o relatório de uma investigação de um ano onde demonstra que o banco operava nos EUA, através das suas filiais, com fundos presumivelmente provenientes dos cartéis mexicanos de tráfico de droga e de países como o Irão e a síria, que estão sujeitos a sanções do Governo norte-americano.
A investigação incidiu sobre as atividades do HSBC entre 2006 e 2010, durante a qual foram analisados 1,4 milhões de documentos e entrevistados 75 dirigentes de topo do banco, bem como reguladores do setor da banca dos EUA.
Os senadores apuraram que o HSBC realizou 25 mil transações secretas com o Irão, entre 2001 e 2007, num montante de 16 mil milhões de dólares, acusando os responsáveis do banco de estarem ao corrente e de nada terem feito.
No documento acusa-se ainda o HSBC de expor o sistema financeiro norte-americano a possíveis operações de lavagem de dinheiro dos cartéis mexicanos, ao transferir sete mil milhões de dólares físicos do México para os EUA.