Acordo UE-Mercosul? "Uma oportunidade" para produtos como o azeite e "um desafio" para o mercado da carne
Em declarações à TSF, o secretário-geral da Confederação dos Agricultores de Portugal explicou que o azeite e o vinho “vão beneficiar com o acordo”. No entanto, há outros “que podem ter que se adaptar ao mercado”
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O secretário-geral da Confederação dos Agricultores de Portugal, Luís Mira, considerou esta quarta-feira que o acordo comercial entre a União Europeia (UE) e o Mercado Comum do Sul (Mercosul) pode ser “uma oportunidade” para escoar alguns produtos, como “um desafio”.
Em declarações à TSF, Luís Mira explicou que, por exemplo, o azeite e o vinho “vão beneficiar com o acordo”. No entanto, acrescentou, há outros, “que podem ter que se adaptar ao mercado”, como a carne.
Vamos ver. Isto tem um período de adaptação, é preciso depois avaliarmos ao longo dos anos
Para Luís Mira, “a Comissão tem que salvaguardar que as condições de produção básicas são semelhantes” para que os produtos que entrarem no mercado europeu, vindos dos países do Mercosul, tenham a mesma qualidade.
Questionado sobre eventuais protestos dos agricultores franceses, depois de celebrado este acordo, o secretário-geral da CAP admitiu que não ficará surpreendido se isso acontecer.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, anunciou que a UE e os países do Mercosul chegaram a acordo político para aquele que será o maior acordo comercial do mundo.
Falando à imprensa a partir de Montevidéu, no Uruguai, onde se deslocou para uma reunião de líderes da UE e do Mercosul a propósito das negociações sobre esta parceria de comércio e investimento que servirá um mercado de 700 milhões de consumidores, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen vincou que "este acordo não é apenas uma oportunidade económica, é uma necessidade política".
A UE e Mercosul têm mantido contacto regular, o que permitiu esta sexta-feira concluir as negociações políticas, nomeadamente em questões como os compromissos ambientais, após um primeiro aval em 2019, que não teve seguimento.