Em pouco mais de um ano, o Estado reduziu o número de trabalhadores da Administração Central para pouco mais de 500 mil. O Sindicato dos Quadros Técnicos diz que estes números não incluem os precários, ao passo que a FESAP fala em descontentamento.
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O número de trabalhadores da Administração Central baixou 17 mil entre Janeiro de 2010 e Março de 2011, a um ritmo de cerca de 40 funcionários por dia, avançou o Ministério das Finanças.
Em comunicado, este ministério revelou que há pouco mais de 500 mil funcionários em funções públicas, incluindo os que mantiveram o vínculo ao Estado.
Entre os trabalhadores contabilizados estão os nos hospitais EPE e pessoal não docente nas escolas ao abrigo de protocolos com autarquias.
Reagindo a estes números, Bettencourt Picanço, do Sindicato dos Quadros Técnicos, notou que este balanço não leva em conta os trabalhadores precários e também os que esperam abandonar a Administração Pública.
Segundo este sindicalista, a «Administração habitualmente fecha os olhos quando não conta» os trabalhadores precários que «são indispensáveis ao funcionamento normal da Administração Pública».
Por seu lado, Nobre dos Santos, da FESAP, entende que estes números mostram o descontentamento dos funcionários públicos pelas condições e dificuldades com que vivem.
De acordo com Nobre dos Santos, muitos trabalhadores sindicalizados têm dado conta de que estão «fartos de ser os bodes expiatórios das crises do país».
«A ser verdade, vem corroborar aquilo que dissemos várias vezes ao Governo: se as medidas que se avançassem fossem deliberadamente contra os trabalhadores estas coisas viriam eventualmente a acontecer», explicou.