No dia em que toma posse a comissão parlamentar de inquérito à CGD, o Público dá conta da demissão da administração do banco público através de uma carta enviada em junho ao ministro das finanças.
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O gabinete do ministro das Finanças confirmou, esta manhã, a notícia que dá conta da demissão da administração da Caixa Geral de Depósitos. Contactada pela agência Lusa, fonte oficial do Ministério das Finanças confirmou a demissão da equipa (que terminou o seu mandato em dezembro de 2015), adiantando que "ficam em funções até serem substituídos" e que "não vai haver nenhuma ausência de administração na CGD".
"Ficam em funções até serem substituídos. Não vai haver nenhuma ausência de administração na CGD", adiantou a mesma fonte do gabinete de Mário Centeno.
De acordo com o jornal, a administração da Caixa Geral de Depósitos (CGD) que terminou o mandato em dezembro faz saber que esgotaram as condições para se manterem no cargo. O jornal Público adianta que é escrita num tom duro remetendo para o governo a a responsabilidade para encontrar uma resposta à indefinição que se vive no banco público.
Apesar de não se conhecerem os termos da carta enviada a Mário Centeno, a existência da mesma foi conhecida ontem depois de os presidentes Álvaro Nascimento e José Matos, em representação da equipa de gestão terem enviado uma outra carta aos trabalhadores da CGD esclarecendo que tinha chegado ao fim a jornada em que com eles serviram o banco público. O Jornal de Negócios adianta também que nesta carta, os administradores agradecem ainda o espírito de serviço demonstrado desde 2011.
À TSF o coordenador da comissão de trabalhadores da CGD, Jorge Canadelo, diz que a carta enviada pelos dois administradores foi vista "como um gesto de respeito" e acrescenta que em relação à demissão da atual equipa de gestão não tem conhecimento oficial.
"Sabemos que a atual os administradores estariam para ser substituídos, pedimos uma audiência ao secretário de Estado e também ao primeiro-ministro no sentido de abordarmos estas questões porque para os trabalhadores esta não é uma situação muito confortável".
Relativamente ao eventual redimensionamento dos efetivos do banco público, Jorge Canadelo afirma que "desde 2010 que temos uma diferença que pode atingir os três mil trabalhadores a menos pelo que a saída de funcionários já existiu. Se há plano para a CGD ter uma nova dimensão temos de perceber o intuito disso. A saída de trabalhadores, se for feita como até agora, através de processos naturais ou seja através de aposentações antecipadas, poderá ser vista pela comissão de trabalhadores como um processo natural que a CGD tem de renovar os seus quadros".
A administração da Caixa Geral de Depósitos terminou o mandato em dezembro último, tendo sido convidado para liderar o banco público, António Domingues o então vice-presidente do BPI. Os atrasos na sua nomeação terão levado ao desgaste entre a administração em gestão e a tutela. A 22 de junho Mário Centeno disse que o novo presidente entraria em funções em julho.