Nem 17, nem 18, mas antes... 19 de maio. Não é grande, o acerto de calendário, será mesmo apenas um pormenor, mas é essa, 19 de maio, a data oficial para o fim do programa de ajustamento.
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Na carta do Governo português para a troika, escrita no final da 11ª avaliação, a data para o fim do programa surge pela primeira vez impressa, preto no branco, num documento oficial. 19 de maio de 2014, uma segunda-feira. Dois dias, 48 horas, depois de 17 de maio, data a que Paulo Portas já atribuiu valor contratual.
Na conferência de imprensa em que apresentou, ao lado de Maria Luís Albuquerque, os resultados da 11ª avaliação, o vice-primeiro-ministro afirmou que «a data contratual, entre Portugal e a troika, para o fim do programa, é 17 de maio».
Ora, o «contrato» diz outra coisa. No documento a que a TSF teve acesso, a carta do Governo português para a troika, a pedir nota positiva na 11ª avaliação, a data inscrita é 19 de maio.
A data surge no parágrafo em que o Governo português explica o pedido de extensão técnica do programa até final de junho, uma exigência do FMI que a TSF revelou há semanas. A explicação para este acerto de calendário é simples. 17 de maio é um sábado, e encerrar programas de ajustamento, aparentemente, só é possível em dias úteis.
Na versão original, em inglês, pode ler-se: «4. On the basis of the strength of the policies outlined in this letter, and in light of our performance under the program, we request the completion of the eleventh review under the Extended Arrangement, as well as a waiver of applicability for the end-March deficit and debt performance criteria. In view of the expiration of the arrangement on May 19, 2014, we request an extension for technical purposes until June 30, 2014. This extension is needed to provide sufficient time to assess the end-March performance criteria, complete the final review, and enable the final purchase under the arrangement in accordance with Fund policies».