O acordo contempla "o pagamento daquilo que foi cativado no dia 25, já devia ter sido pago em outubro e dezembro e não foi".
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Os agricultores em protesto na A25 assumiram esta quinta-feira terem chegado a acordo com o Governo numa reunião com a ministra da Agricultura, Maria do Céu Antunes, tendo já começado a desmobilização.
"Participámos na revisão do PEPAC, uma reunião presencial com a Ministra da Agricultura e, no fundo, o pagamento do segundo pilar, dia 15 de fevereiro, e o do primeiro pilar no final do mês. Não é mais dinheiro. No fundo, é o pagamento daquilo que nos foi cativado no dia 25, já devia ter sido pago em outubro e dezembro e não foi", disse Paulo Tomé, um dos representantes do Movimento Cívico Agricultores de Portugal, que participou na reunião à distância.
Ainda assim, as decisões sobre o rumo do protesto só serão tomadas mais tarde: "Vamos aguardar pela emissão do comunicado e depois decidiremos o que fazer a seguir."
O porta-voz do Movimento Civil de Agricultores, Ricardo Estrela, que participou na reunião por videoconferência, em que esteve a ministra da Agricultura, Maria do Céu Antunes, deu a conhecer as conclusões aos manifestantes, considerando que o acordo alcançado foi o possível nas atuais circunstâncias.
O acordo corrige no essencial as reivindicações que suscitarem a concentração de agricultores em vários locais do país, designadamente na A25, no Alto Leomil, a cerca de 13 quilómetros da fronteira de Vilar Formoso, no concelho de Almeida (distrito da Guarda).
Os agricultores em protesto bloquearam a circulação na A25 desde as 06:15 de hoje entre o nó de Pínzio, no concelho de Pinhel, e Vilar Formoso, concelho de Almeida.
"A única certeza é que se as promessas do Governo não forem cumpridas, voltaremos à rua", sublinhou Ricardo Estrela.
O protesto, uma iniciativa do Movimento Civil de Agricultores, decorre um dia depois de o Governo ter anunciado um pacote de mais de 400 milhões de euros, destinado a mitigar o impacto provocado pela seca e a reforçar o Plano Estratégico da Política Agrícola Comum (PEPAC). O pacote abrange entre outras medidas à produção, no valor de 200 milhões de euros, assegurando a cobertura das quebras de produção e a criação de uma linha de crédito de 50 milhões de euros, com taxa de juro zero.
Segundo um comunicado divulgado na quarta-feira pelo movimento, os agricultores reclamam o direito à alimentação adequada, condições justas e a valorização da atividade.
