CAP lamenta desconhecer quem representa e vai representar os interesses do setor no Parlamento Europeu e critica Governo por políticas em relação à floresta e na gestão do programa de desenvolvimento rural.
Corpo do artigo
A Confederação dos Agricultores de Portugal criticou, esta tarde, a política do governo em relação à floresta e à gestão do programa de desenvolvimento rural e lamentou desconhecer quem vai "defender os interesses dos agricultores portugueses no Parlamento Europeu". Eduardo Oliveira e Sousa, presidente da CAP, garantiu que os agricultores não compreendem a falta de atenção.
"Vai haver eleições para a Europa e nós precisamos de saber quem são as pessoas que vão assumir o papel de defesa do setor agrícola na Europa, num ano em que o Brexit pode perturbar a forma como vive a Europa, num ano em que se negoceia um novo quadro comunitário, uma nova política agrícola. Toda esse arquitetura tem que ter especialistas, pessoas muito focadas na defesa da particularidade do setor agrícola em Portugal, da nossa geografia, do impacto que as alterações climáticas têm na nossa geografia, a questão estratégica da água na nossa situação de país mediterrânico. Quem são os países que nos vão defender na Europa para esse efeito?"
No final de uma audiência com o presidente da República, esta tarde no Palácio de Belém, o presidente da CAP garantiu que Marcelo Rebelo de Sousa acompanha os anseios do setor.
"O senhor Presidente é um homem muito informado e muito sensível às questões agrícolas e do mundo rural. Estava ciente de todos os dossiês e, por isso, a conversa foi muito profícua. Falámos muito sobre a questão florestal, sobre a questão da água, sobre a questão dos investimentos e também esta lacuna que sentimos de haver quem no mundo político se interesse verdadeiramente pelo setor agrícola em termos globais em Portugal."
O presidente da República recebe, esta quinta-feira, em audiência os representantes dos parceiros sociais.