
Recolha de cortiça
Maria Augusta Casaca/TSF
Não há setor de produção de bens, que renda tanto para as exportações portuguesas, como a cortiça, um setor que Portugal lidera, em termos mundiais. Na base de tudo, estão os trabalhadores agrícolas mais bem pagos em Portugal.
Corpo do artigo
No dia em que começa a Feira Internacional da Cortiça, a TSF foi conhecer um tirador que se ocupa do ofício na Serra do Caldeirão e Alentejo.
Valentim Aniceto anda pelas encostas íngremes a retirar cortiça dos sobreiros há cerca de 20 anos. O único instrumento utilizado é um machado bem afiado.
Na serra do Caldeirão este homem, que diz ter aprendido o ofício vendo os outros tiradores trabalharem, depara-se com árvores com a cortiça queimada dos últimos incêndios.
Depois de vendida, esta cortiça será menos valiosa para quem a produz, renderá cerca de 9 euros a arroba, quando habitualmente valeria 50 euros.
Esta tarefa é considerada a mais bem paga no setor agrícola, cerca de 120 euros ao dia. No entanto, os tiradores trabalham de sol a sol e apenas nos meses mais quentes.
"Uma boa cortiça", garante Valentim,"é aquela que é grossa e compacta, de modo a que, quando se fizer a rolha, o vinho não passe".