Estava na dependência do Ministério da Economia, passou há um ano para os Negócios Estrangeiros. Vantagens e desvantagens? Ouvimos Basílio Horta, ex-presidente do AICEP, e Francisco Van Zeller, que foi presidente do extinto (por este Governo) Conselho para a Internacionalização, no dia em que arranca o Fórum "Portugal Exportador".
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Basílio Horta e Francisco van Zeller estão de acordo na análise que fazem do esforço de Paulo Portas na diplomacia económica.
«De facto, ele demonstrou que tem uma grande atividade recetividade em relação à questão dos negócios», afirmou van Zeller.
A diferença é que, ao contrário de van Zeller, Basílio não vê resultados dessa actividade, lembrando que a AICEP é um instrumento de uma política económica.
«Essa política económica não está no Ministério dos Negócios Estrangeiros, está na economia e, agora, cada vez mais nas finanças. Por isso, por muito que o dr. Paulo Portas ande por esse mundo e se esforce, por vezes, parece muita parra e pouca uva», considerou.
Este é o aspecto menos positivo apontado pelo ex-presidente da AICEP, apesar de encontrar também vantagens na alteração da tutela.
Mais positivo será, no entender de Basílio Horta, quando a diplomacia tiver prepação técnica que lhe permita um trabalho económico.
Francisco van Zeller, que foi presidente do Conselho para a Internacionalização, já vê essas qualidades nos actuais embaixadores.
«A nova geração está muitíssimo mais bem preparada do que a antiga e é muito mais recetiva à promoção de negócios do que os antigos», sublinhou.
No entanto, lembrou, é uma formação que nunca acaba. É preciso aprender a vida toda.