O prazo para a encomenda de sementes está a terminar, mas, com o fantasma da seca a pairar, os produtores de arroz têm medo de arriscar as encomendas.
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Os prazos estão a apertar, mas, por causa da falta de água, a incerteza continua. "A barragem do Pego do Altar e a barragem de Vale de Gaio mantêm os níveis de dezembro, ou seja 8% numa e 12% noutra, portanto, com esta quantidade de água não há possibilidade de fazer a cultura do arroz aqui no concelho de Alcácer do Sal", conta João Reis Mendes, diretor executivo da Organização de Produtores de Arroz do Vale do Sado.
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João Reis Mendes revela que a compra da semente tem de ser feita o mais tardar este mês de fevereiro: "A semente é, praticamente, toda importada e os produtores italianos e espanhóis precisam de prepará-la. A semente é acondicionada, limpa e calibrada nesta altura".
Mas, com a falta de chuva, os produtores de arroz do Vale do Sado ainda não quiseram comprometer-se.
"O que acho que vai acontecer é que nós não vamos fazer arroz ", afirma João Reis Mendes, que deposita a pouca esperança que lhe resta nos últimos dias de fevereiro e no mês de março.
"São os últimos dois [meses} em que há maior pluviosidade. Se ela não ocorrer, não há qualquer possibilidade de fazermos arroz. Poderá chover alguma coisa, mas de certeza que nunca vamos fazer a área toda do concelho como habitualmente fazemos. Provavelmente, nem metade", lamenta.
Ainda assim, aos fornecedores de sementes foram dadas indicações provisionais a pensar numa campanha normal. É a única maneira de garantir que não faltam sementes, se houver água para as culturas, mas João Reis Mendes acredita que os produtores não vão arriscar quando chegar a altura de confirmar as encomendas, no final do mês.