Num texto no site do Ministério alemão das Finanças, Vítor Gaspar reconheceu que o programa de recuperação económica tem tido um elevado custo social, o que é visível no desemprego.
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O ministro das Finanças defendeu que o ajustamento económico em Portugal deve depender acima de tudo do investimento privado.
Num texto publicado no site do Ministério alemão das Finanças a propósito da sétima avaliação da troika, Vítor Gaspar fixou como prioridade o lançamento de bases de um crescimento sustentado, que permita a criação substancial de postos de trabalho.
Neste texto de nove páginas, o titular da pasta das Finanças admite que o programa de recuperação económica tem tido um elevado custo social, o que é visível no desemprego, que está muito acima das previsões iniciais.
Vítor Gaspar frisou que o desemprego, que atingia mais de 900 mil portugueses no final de 2012, é a maior das preocupações, porque tem consequências dramáticas, um problema onde o investimento privado deve ter uma palavra a dizer.
O ministro das Finanças considerou ainda que a atual situação portuguesa é consequência de vários erros desde a entrada para a Zona Euro, em particular, um erro de julgamento nas políticas adotadas entre 2008 e 2011.
Gaspar reconheceu ainda que, ao contrário do que se pensava, o excesso de procura não leva a um crescimento sustentado, engano que levou a um corte de financiamento a Portugal e ao consequente resgate, que considerou ser urgente e obrigatório.