
Global Imagens/Gustavo Bom
A ministra das Finanças defendeu que a estratégia do Governo está a dar resultados, mas alertou que Portugal vai precisar de um processo de ajustamento que «vai além das condições do programa».
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Maria Luís Albuquerque subiu hoje ao palanque no Parlamento para encerrar o debate do Orçamento do Estado para 2014 e assim que disse as primeiras palavras foi de imediato interrompida por manifestantes nas galerias, que gritavam em coro "demissão".
Prosseguindo no discurso de encerramento, a chefe da pasta das Finanças manteve o discurso que tem feito nos últimos meses, defendendo os resultados da política que o Governo está a prosseguir e a necessidade de um período de ajustamento da economia e das contas públicas que vai além do exigido no programa.
«A perda de autonomia financeira resultou das políticas desadequadas, tomadas de forma soberana, que se traduziram em sucessivos défices orçamentais e externos, foi a causa do pedido de assistência em abril de 2011 e não a sua consequência. A recuperação da autonomia financeira perdida exige um processo de ajustamento que vai além das condições do programa. Exige o equilíbrio efetivo das finanças públicas, a sustentabilidade do sistema financeiro e a transformação estrutural da economia», afirmou a governante.
Maria Luís Albuquerque voltou a tentar passar a mensagem de que nesta fase final do programa de ajustamento (termina no primeiro semestre de 2014), o esforço tem de prosseguir de forma a não invalidar os esforços e progressos já alcançados.
«A seis meses do final do programa de ajustamento começamos a afastar a excecionalidade e a perspetivar um futuro mais promissor, não é altura de desistir», disse, acrescentando que o esforço até esta altura é «de grande dimensão, mas que já produziu resultados».