O antigo secretário-geral do PCP, Carlos Carvalhas, considera que há uma evolução, comparativamente à subidas verificadas durante o anterior governo, e lembra que o aumento dos preços foi acompanhado de uma reposição de rendimentos.
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Carlos Carvalhas considera que as atenções centradas no aumento de preços no início do novo ano não foram inocentes. No espaço de comentário semanal, na TSF, "A Opinião", o antigo líder comunista disse que a subida de preços agora verificada não tem qualquer comparação com os aumentos realizados durante o anterior governo PSD/CDS-PP.
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Aquilo a que Caros Carvalhas chama de um "alarido sobre o aumento de preços" para este ano não terá sido feito "inocentemente", na opinião do economista.
"Não há nenhuma comparação com os aumentos de preços do anterior Governo, que foram também acompanhados por um enorme aumento de impostos", afirmou Carlos Carvalhas.
O antigo secretário-geral do PCP nota que "estes aumentos de preços são acompanhados por uma reposição de rendimentos" e que "atingem os diversos orçamentos familiares de forma diferente", conforma a estrutura de despesas de cada família.
Carlos Carvalhas argumenta que, apesar da subida dos preços, a situação das famílias portuguesas melhorou com o acordo de governação entre os partidos de esquerda, afirmando que, com a "política neoliberal" de Passos Coelho a filosofia era: "Se queres saúde, paga. Se queres ensino, paga. E se queres pagar menos impostos, torna-te rico".
O economista lembrou que a alimentação, a habitação e os transportes representam neste momento mais de 61% das despesas das famílias, quando no ano 2000 o peso era pouco superior a 50% - um aumento pelo qual Carvalhas culpa também a política de privatizações dos executivos anteriores.
Carlos Carvalhas aponta os exemplos de empresas como a EDP, a PT, os CTT e a Galp e as privatizações na Banca e no setor da Água, afirmando que, desde que foram privatizadas, na generalidade, as empresas subiram o preço dos serviços e fizeram despedimentos).