José Manuel Santos deu a primeira entrevista após ser eleito presidente da Agência Regional de Promoção Turística do Alentejo no programa Negócios em Português da TSF
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Na primeira entrevista após ser eleito novo presidente da Agência Regional de Promoção Turística do Alentejo, José Manuel Santos, também atual presidente da Entidade Regional de Turismo do Alentejo e Ribatejo, diz à TSF que a Páscoa é sempre uma época alta para uma região como o Alentejo, procurada principalmente por famílias. Apesar da Grande Lisboa ser a maior emissora de visitas à zona, a ideia é conquistar mais visitantes do Norte do país, em especial, entre Braga e a Área Metropolitana do Porto, bem como recuperar os vizinhos espanhóis e captar outros destinos, uma vez que o ano passado, só na Semana Santa, o Alentejo registou menos dez mil dormidas de visitantes oriundos de Espanha.
José Manuel Santos iniciou, este mês de abril, o primeiro mandato de três anos à frente da Agência Regional de Promoção Turística do Alentejo, para a qual se apresentou com um manifesto em que define as seguintes prioridades: a captação de mais turistas do Norte do país, a recuperação de visitantes espanhóis das zonas raianas — que foram menos 200 mil na região o ano passado (só na Semana Santa de 2024 menos 10 mil dormidas de espanhóis) — e promete trabalhar a vertente da oferta turística cultural, literária e industrial, além da elaboração do plano de acolhimento de visitantes durante os eventos aos quais apresentou candidaturas: a Évora Capital Europeia da Cultura 2027 e candidatura do Baixo Alentejo a Capital Europeia do Vinho em 2026. Ainda forte aposta em campanhas de captação de turistas estrangeiros, em especial dos EUA, Canadá e Brasil.
Para este fim de semana de Páscoa, o Alentejo tem previsão de uma taxa de ocupação superior a 80%, mas esta cifra pode ser ainda maior, porque há sempre reservas de última hora nos motores de busca.
Voltando aos objetivos já mencionados: a região está a trabalhar para ter mais recursos na captação de turistas espanhóis e também do Norte do país, pois acredita que pode crescer e ir além dos 37% de turistas estrangeiros.
Para José Manuel Santos, a procura internacional tem mesmo de ser uma prioridade, em especial, EUA, Canadá, Brasil e a vizinha Espanha, para a qual tem previstas campanhas na Andaluzia e Estremadura para recuperar os visitantes perdidos o ano passado.
Garante que já está a trabalhar no plano de acolhimento para a candidatura de Évora a Capital Europeia da Cultura em 2027 e já está entregue a candidatura do Baixo Alentejo a Capital Europeia do Vinho em 2026, cuja cidade vencedora será revelada a 30 de abril, em Borba, por decisão dos 147 municípios portugueses que integram a Associação de Municípios Portugueses do Vinho.
Quer ainda acabar com o que chama “divórcio” existente entre entidades regionais de turismo com as chamadas Film Commissions representativas da indústria audiovisual e cinematográfica para captar mais produções para o Alentejo, que por arrasto trará mais turistas, tal como aconteceu com as gravações da Guerra dos Tronos, em Idanha-a-Nova.
A Cultura é apontada como prioridade por ser o tecido do coração do Alentejo e o responsável anuncia que, até final do ano, vai ser criada a primeira rede de hotéis literários para acompanhar visitantes das 22 rotas turísticas literárias nascidas há seis meses no primeiro festival literário da região — que, este ano, terá uma segunda edição, depois do sucesso alcançado em novembro, onde, além de visitantes, atraiu a oferta de alojamento por parte de 44 hotéis da região e a procura por rotas, como a de José Saramago, Nobel da Literatura, nascido na aldeia da Azinhaga, Golegã, distrito de Santarém, mas que se cruza com o distrito de Évora, em Montemor-o-Novo, por onde passa a ação do romance Levantado do Chão.
Ainda em 2025 estima reforçar a equipa para área de promoção turística e acredita na criação de um orçamento fixo, que ajude a planear melhor as ações de promoção de marca, esperando ter um reforço de financiamento para promoção de destino dos 900 mil euros para 1,2 milhões de euros e defendendo a urgência de criação de novas fontes de financiamento, bem como, de mobilização de mais fundos comunitários europeus.
No início do ano, a previsão era de 12 novos investimentos hoteleiros na região, mas os prazos de execução de obra podem atrasar alguns projetos. Pelo menos dez são esperados para acrescentar 500 camas em zonas mais pequenas do território, como Viana do Alentejo, promovendo novos roteiros e novas áreas, como o turismo industrial, onde não falta descobrir relíquias desde a olaria, aos lanifícios e à própria extração mineira.
