A DECO indicou que as comissões de manutenção das contas à ordem são bastante perversas, porque paga mais quem tem menos dinheiro.
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Algumas comissões de manutenção de contas bancárias à ordem subiram mais de 40 por cento nos últimos seis anos, revela um estudo da DECO.
Segundo este estudo, foi este o valor médio do aumento das comissões relativamente aos portugueses com menos dinheiro nas contas à ordem.
De acordo com esta associação de defesa do consumidor, que lançou uma petição em defesa das comissões zero, as comissões de manutenção das contas à ordem são bastante perversas, porque paga mais quem tem menos dinheiro.
«Na prática, quem for titular de rendimentos mais baixos está a pagar até cinco vezes mais do que quem tem património mais elevado», explicou o jurista Joaquim Silva.
Segundo este jurista da DECO, os «bancos isentam o pagamento destas comissões para quem tem contas ordenado, mas, desde logo, é preciso ter um ordenado e é necessário que esse ordenado esteja dentro dos mínimos que os bancos estipulam».
Joaquim Silva lembrou ainda que as pessoas só têm a necessidade de domiciliar um ordenado, mas podem a necessidade de ter mais que uma conta bancária.
Para quem tem 250 euros na sua conta à ordem, as comissões não param de aumentar e rondam já, em média, os 60 euros anuais, numa subida de 41 por cento desde 2007, havendo bancos que cobram zero e outros que cobram mais de 83 euros.
«Até há alguns anos atrás estas contas eram remuneradas. O banco pagava um juro baixo é certo pelos montantes médios que os clientes tinham nestas contas à ordem. Agora inverteu-se completamente a lógica: os bancos estão a cobrar para usar o dinheiro dos seus clientes», concluiu Joaquim Silva.
Contactada pela TSF, a Associação Portuguesa de Bancos não quis fazer qualquer comentário em relação a esta situação.