O vice-presidente da Comissão Europeia considerou que o risco de contágio da crise grega é «proporcional» à «lentidão e ineficácia» na tomada de decisões na Europa.
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Joaquim Almunia, que intervinha num encontro na Universidade de Alcalá de Henares (arredores de Madrid) admitiu que «o risco de contágio é evidente» e continua a crescer à medida em que tarda em encontrar-se uma «solução» para a Grécia que «acalme investidores e mercados».
O responsável europeu referiu-se especialmente à Alemanha e França, países onde «há uma tentação continua de restringir o âmbito de decisão comum, preferindo reuniões paralelas onde supostamente se decidem coisas que, depois, os outros nem sequer decidem».
«A lentidão e ineficácia na tomada de decisões agrava-se com a tendência de intergovernamentalismo e a tentativa de alguns países tomarem sozinhos as decisões, sem os restantes ou sem as instituições», lamentou.
Afirmando que «a Alemanha toma decisões com mais lentidão que o aconselhável», admitiu que se tivessem sido adoptadas alguns políticas «a dimensão dos problemas a abordar não teria sido tão grandes».
O também comissário de Assuntos Económicos e Monetários da UE recordou que a Irlanda e Portugal estão submetidos a programas de ajuda e que outros, como Itália, Espanha ou Bélgica podem ter no futuro «problemas de liquidez e de solvência que podem requerer uma barreira de protecção».