Alexandre Fonseca, presidente da Altice Portugal, considera que há um "limite de razoabilidade" no tempo de espera e avisa que não se pode "eternizar decisões" e levar a que se "desvirtue" o negócio.
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O presidente da Altice Portugal manifestou hoje preocupação com a demora na aprovação da compra da Media Capital pela Altice, sublinhando que tal pode implicar uma barreira à conclusão do negócio. Alexandre Fonseca esteve a ser ouvido no parlamento, na sequência de um requerimento entregue pelo Bloco de Esquerda (BE).
À saída, o presidente executivo da Altice Portugal lamentou o arrastar do processo, mas garantiu que não se trata de um recado para a Autoridade da Concorrência: "Não dou recados a ninguém, muito menos a autoridades, há o constatar de um facto".
"Quando chegámos à data de 13 de abril, que era uma data contratualmente prevista, dissemos que iríamos estender o prazo por um período que entendêssemos como razoável, necessário e suficiente para que houvesse um pronúncia da Autoridade da Concorrência e, portanto, é isso que estamos a aguardar", afirmou Alexandre Fonseca, no final da audição conjunta nas comissões parlamentares de Economia, Inovação e Obras Públicas e Cultura, Comunicação, Juventude e Desporto.
O presidente da Altice Portugal, que, durante a audição, garantiu que não irá desistir do negócio e que está "convicto" de que o negócio "vai ser concluído", acrescentou, no entanto, que a empresa não irá esperar eternamente e que há um limite para a conclusão do processo negocial.
"Obviamente que, como em tudo na vida, não podemos eternizar decisões, e vai haver um momento em que entendemos que o tempo é demasiado e que desvirtua aquilo que são os princípios do negócio", avisou Alexandre Fonseca.
Aos deputados, o presidente executivo da Altice Portugal deu ainda a entender que o plano da Altice Portugal não passa por despedimentos na Media Capital. "Não temos nenhum plano de despedimento de colaboradores no âmbito desta transação", disse Alexandre Fonseca, que, no final da audição insistiu na insistiu na ideia de que o projeto de compra da dona da TVI passa por um "projeto de investimento, estabilidade".
Pelo BE, que fez o requerimento para a audição, o deputado Heitor de Sousa assinalou que os bloquistas estão cada vez mais certos de que não há condições para avançar com um negócio que "deve ser inviabilizado".
"O senhor presidente da Altice Portugal não foi capaz de justificar as razões pelas quais o negócio se devia fazer", disse o deputado, que considera que "todas as reservas, investigações feitas pela Autoridade da Concorrência e oposições por parte de entidades reguladoras mantêm-se atuais".