
António Ramalho, presidente da Estradas de Portugal (EP)
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O presidente da Estradas de Portugal (EP) afirmou hoje que irá «vender todas as ações» que detém, depois de criticas do PS por ser acionista de empresas envolvidas em contratos com o Estado.
O presidente da Estradas de Portugal prometeu, esta noite, na Comissão de Economia e Finanças, que já amanhã vai vender todas as ações que tem de empresas que participam nos consórcios das Parcerias Público Privadas (PPP), com os quais está a renegociar os contratos com o Estado.
«Amanhã irei vencer todas as ações, ao preço que for, para que não fiquem dúvidas sobre o meu comportamento futuro», garantiu António Ramalho.
Depois de considerar que tais críticas eram uma tentativa de «desvalorizar o negociador», em representação do Estado, o gestor explicou que quando assumiu o cargo, em abril passado, apresentou a declaração de património, na qual consta uma lista de títulos comprados na altura das privatizações.
«Preferi não fazer nenhuma alteração para aparência de costumes, para poder passar despercebido», declarou.
Foi desta forma que o presidente da Estradas de Portugal respondeu às críticas do PS. O deputado Fernando Serrasqueiro questionou a legitimidade do gestor para renegociar PPP.
«Sendo acionista da Brisa, sendo acionista do Santander, sendo acionista da Soares da Costa, negociou com estas empresas. E é nosso entendimento que, ao abrigo do estatuto de gestores, o artigo 22º - que diz que 'o gestor deve declarar-se impedido de tomar parte em deliberações quando nelas tenha interesse por si como representante ou gestor de negócios' - (...) que está impedido não só de negociar mas também, e mais grave, de assinar o memorando de entendimento, como assinou», afirmou Fernando Serrasqueiro.