"Ambição" de 1600 euros para o salário mínimo sem prazo definido: "Depende da produtividade"

Tiago Petinga/Lusa
No caso de um aumento da produtividade, "os salários podem aumentar muito mais do que aquilo que está previsto", afirma o ministro das Finanças
O ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, considera "especulativo" avançar prazos para a concretização da meta de um salário mínimo de 1600 euros. Joaquim Miranda Sarmento afirma que a evolução dos salários irá variar consoante o crescimento da produtividade e o desempenho da economia.
No final da reunião do Ecofin, em Bruxelas, Miranda Sarmento lembrou que a meta dos 1600 euros "é aquilo que está no programa eleitoral, no programa do Governo", mas evitou apontar um calendário para a sua concretização.
"O aumento da produtividade é que leva a aumentos salariais. Não há outra forma dos salários crescerem na economia privada e também no setor público", afirmou, sublinhando que o setor público "vive da receita de impostos e das contribuições para a Segurança Social que dependem do dinamismo económico".
De acordo com o ministro, com ganhos sustentados de produtividade será possível aumentos salariais "no curto, médio e longo prazo". No caso de um aumento da produtividade, "os salários podem aumentar muito mais do que aquilo que está previsto", admitiu o ministro.
Questionado sobre quando poderá ser atingido o valor de 1600 euros, Miranda Sarmento afirmou que isso "seria especular", por depender "de muitas variáveis", acrescentando que "qualquer Governo só se pode comprometer, do ponto de vista oficial, naquilo que são os limites da sua legislatura".
Ainda assim, o governante destacou o atual dinamismo da economia portuguesa, com salários a crescerem cerca de 7% em termos homólogos e o emprego a aumentar perto de 3%, defendendo que é em períodos de crescimento que devem ser feitas reformas estruturais, para preparar aumentos salariais. Mas, "sem mais produtividade, não é possível ter melhores salários", vincou.