À TSF, o secretário-geral da ANECRA sublinha que o crescimento da idade do parque automóvel em Portugal é um problema que tem implicações sociais, na segurança rodoviária, mas também nas políticas de redução das emissões de CO2
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A Associação Nacional de Empresas de Comércio e Reparação Automóvel (ANECRA) não deteta nada de novo na proposta do Governo para o Orçamento do Estado 2026 e lamenta a ausência de medidas que incentivem a renovação do parque automóvel em Portugal, que tem uma média de idade na ordem dos 14 anos, o que coloca o país entre os mais velhos da Europa.
É uma tendência acompanhada por um crescimento na frota de veículos, mas também por um aumento no número de carros com mais de dez e 20 anos e, por isso, o secretário-geral da ANECRA considera que uma medida, como o incentivo ao abate de viaturas em final de vida, é fundamental para travar esse crescimento da idade do parque automóvel.
Para Roberto Gaspar, este é um problema que tem implicações a vários níveis, desde o ponto de vista social, à segurança rodoviária e, não menos relevante, aos impactos nas políticas de redução das emissões de CO2.
"Não podemos esperar a redução das emissões de CO2 do parque circulante, se a sua idade média for aumentando constantemente", sublinha.
O representante desta associação conclui que a proposta orçamental do Governo no que concerne ao setor automóvel em concreto não mostrou grandes novidades. Adianta ainda que, “naquilo que diz respeito aos impostos diretos, ISV e IUC, as tabelas mantiveram-se absolutamente inalteradas".
Já do ponto de vista da tributação autónoma, reconhece que havia alguma expectativa, mas “as mesmas tabelas mantiveram-se inalteradas, assim como os valores relativos ao custo de aquisição das viaturas".
Realça também que há uma menção no diploma sobre o objetivo para 2026 de alargar a rede de carregamento de veículos elétricos no contexto do novo regime jurídico da mobilidade elétrica, que entrou em vigor muito recentemente, em agosto de 2025, e que parece fundamental que esteja em linha com o próprio esforço fiscal que tem sido feito para a introdução de mais viaturas elétricas no parque automóvel português.
Roberto Gaspar lamenta assim que, mais uma vez, não tenha sido introduzida uma medida que permita a renovação e crescimento do parque automóvel português e defende que “se há esforço, é normal também que haja um acompanhamento naquilo que é a rede para poder dar resposta ao crescimento do parque".
