As contas são do Sindicato da Construção de Portugal (SCP) que estima que existam nesta altura cerca de dois mil trabalhadores portugueses com salários em atraso. O sindicato avisa que as empresas portuguesas em Angola estão a passar por um teste de resistência.
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O presidente do Sindicato da Construção de Portugal, Albano Ribeiro, refere que é a consequência do abrandamento das obras públicas no país. Muitas obras que estavam programadas acabaram por não avançar. De acordo com o dirigente sindical «só uma empresa tem 200 trabalhadores com salários em atraso».
No entanto, não é o único problema. Albano Ribeiro diz que alguns trabalhadores vivem em condições de «escravatura contemporânea». «Estão a viver em contentores e instalações sociais que não são condignas para seres humanos, ou seja, num espaço muito curto, não tem ar condicionado. Onde deviam dormir dois ou três estão a dormir, a comer e a dormir, nesse espaço, dez e doze trabalhadores».
O dirigente sindical sublinha ainda o drama vivido por trabalhadores que vêm a Portugal para passar férias e não conseguem regressar a Angola por dificuldades na obtenção de visto.
Albano Ribeiro revela à TSF que já pediu uma audiência ao Secretário de Estado das Comunidades, José Cesário. Foi também pedido um encontro com o Embaixador Angolano em Portugal, lamenta o dirigente sindical, a ausência de resposta.
Na quinta-feira, o Governo aprovou em Conselho de Ministros uma linha de crédito de apoio à tesouraria das pequenas e médias empresas (PME) que trabalham com o mercado angolano. A linha de crédito terá uma dimensão de 500 milhões de euros, um prazo máximo de dois anos e carência de um ano.
A linha será alvo de sistema de garantia mútua, é desenhada em colaboração com a Instituição Financeira de Desenvolvimento e será operacionalizada pela banca comercial.