Em Évora, primeiro-ministro assistiu à assinatura do contrato de investimento entre a francesa Mecachrome e a AICEP para uma nova fábrica de componentes para a indústria aeronáutica. Fundos comunitários são para continuar a "acelerar".
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"Júlio Sousa é mais um exemplo daqueles portugueses que, tendo partido em busca de trabalho, hoje aqui regressa como investidor e trazendo para instalar no nosso país uma unidade industrial de ponto que em muito contribui para a nossa industrialização", destacou António Costa.
O primeiro-ministro considera que o exemplo do investimento por parte do grupo francês Mecachrome - detido pelo emigrante português Júlio Sousa - sustenta a tese de que a rede de portugueses emigrados é "fundamental para mobilizar para a atração do investimento estrangeiro" em Portugal.
A Mecachrome Aeronáutica (empresa portuguesa da multinacional francesa Mecachrome) e o Estado português, representado pela Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP) assinaram esta quarta-feira o contrato de investimento relativo à nova fábrica de componentes metálicos para a indústria aeronáutica - que está a ser construída em Évora.
Numa primeira fase, o complexo industrial terá um investimento público de 30 milhões de euros - por via de fundos comunitários -, o que, no primeiro ano, e de acordo com as partes envolvidas, permitirá a criação de "150 a 200 novos postos de trabalho".
"Um instrumento público fundamental do investimento público são, indiscutivelmente, os fundos comunitários, cuja execução temos vindo a acelerar", sublinhou o primeiro-ministro.
No discurso após a assinatura do contrato de investimento, António Costa insistiu ainda que é pela "modernização e investimento" que o país pode conseguir um desenvolvimento económico e social, rejeitando os "baixos salários e a compressão de direitos".
Júlio de Sousa, presidente do Conselho de Administração do grupo francês Mecachrome, salientou a "confiança" que tem no investimento feito em território nacional, dando conta de que o grupo agrega, neste momento, 14 fábricas entre França, Marrocos, Canadá, Tunísia e Portugal, empregando "mais de 3 mil pessoas".
De acordo com o empresário, em 2015 o volume de negócios fixou-se nos 340 milhões de euros, esperando que este ano a empresa atinja uma faturação na ordem dos 430 milhões de euros.
Antes, o presidente da Câmara de Évora, eleito pela CDU, elogiou o trabalho do atual Governo e da AICEP. Carlos Pinto de Sá destacou o acordo como um "bom exemplo" da cooperação entre o poder local e o poder central, deixando ainda um apelo ao primeiro-ministro: "O poder local democrático pode dar um contributo determinante para ultrapassar a crise. É necessário que o financiamento garanta a autonomia do poder local".
Na cerimónia estiveram presentes o ministro da Economia, Manuel Caldeira Cabral, o ministro do Planeamento e Infraestruturas, Pedro Marques, o secretário de Estado da Indústria, João Vasconcelos, e o presidente da AICEP, Miguel Frasquilho.