
joão Relvas/Lusa
Depois de encontros com Banco de Portugal e presidente da Assembleia da República, António Domingues chegou à conclusão de que a competência é de Carlos Costa.
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António Domingues diz que não foi "formalmente" incumbido de fazer nenhuma auditoria pelo governo. O presidente executivo da CGD, em declarações na comissão parlamentar de inquérito, diz que falou com o governador do banco de Portugal e com o presidente da Assembleia da República, chegando-se à conclusão de que deve ser o Banco de Portugal a liderar o processo.
Em Conselho de Ministros de 23 de junho, o executivo tinha decidido "incumbir a nova administração da CGD de proceder à abertura de uma auditoria independente a atos de gestão" do banco público.
Recapitalização da CGD "só se pode fazer de uma vez"
O novo presidente executivo da CGD entende que o aumento de capital do banco "só se pode fazer de uma vez" e garante que foi essa a posição aceite pelo governo e encaminhada para avaliação de Bruxelas.
Era uma das condições a preencher para evitar as regras das ajudas de Estado. António Domingues diz ainda que é necessária "uma recapitalização adequada" para que a CGD "possa ter um balanço limpo, possa rapidamente entrar em resultados positivos e tenha condições de acesso ao mercado".
O exemplo do BCP e do BPI
António Domingues lembra que os bancos privados fizeram um esforço maior do que a CGD nos últimos anos, e que agora surge a necessidade de reestruturar o banco público.
O presidente da CGD dá o exemplo do que fizeram BCP e BPI, que nos últimos anos fizeram reestruturações, com encerramento de agências e reduções de pessoal.
O presidente do banco público está a ser ouvido na comissão parlamentar de inquérito sobre a CGD, por exigência do CDS-PP, que usou o direito potestativo. Não poderá, no entanto, falar ainda em detalhe sobre a recapitalização do banco público.
A comissão de inquérito está a avaliar a gestão do banco entre 2000 e 2015. Nesta fase, em que os partidos aguardam documentos de várias entidades, esta é a única audição prevista. A Procuradoria-Geral da República tem ainda em curso um inquérito para investigar "factos relacionados com a CGD".