
Gustavo Bom/Global Imagens
Assumiu a pasta da Internacionalização em julho. Eurico Brilhante Dias lê os sinais da economia e revela como funciona o fundo Internacionalizar.
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Acha que António José Seguro faz falta à política em Portugal?
António José Seguro faz falta à política, ao país e ao PS, mas ele tomou uma opção e devemos respeitar, sem prejuízo da amizade que temos por ele. Para o conjunto dos militantes do PS não... as pessoas não são descartáveis e o António José Seguro não é seguramente descartável. Reparei num aspeto interessante quando anunciaram o meu perfil, dizendo o meu percurso académico, terminam dizendo que eu fui membro do secretariado nacional de António José Seguro, omitindo o facto de eu ser membro do secretariado nacional de António Costa também (risos).
Omitimos vários factos da sua carreira profissional e política.
Certo, mas esse foi bastante notório e sublinhado (risos). Trabalho com o PM e com o secretário geral do PS numa linha que me parece muito clara, que é: o PS tem um programa que apresentou aos portugueses, aquilo que para mim e para a maioria dos militantes do PS é fundamental neste momento, é a capacidade que temos de implementar as ideias que propusemos ao país. Eu dei um contributo à minha dimensão para que o programa do PS fosse este que se transpôs em programa do governo. E penso que a larga maioria dos socialistas se sente muito confortável, porque aquele é o nosso programa com o líder partidário que foi eleito para esmagadora maioria dos militantes mas a montante do processo das eleições primárias. Ultrapassamos essa fase e seria uma pena que o partido ficasse sempre marcado por um processo. Sei que hoje ainda se fala no congresso entre Constâncio e Jorge Sampaio, Jorge Sampaio e Guterres, e provavelmente falar-se-á no futuro das primárias entre Seguro e Costa, mas fomos sempre capazes de construir governos em que tiveram personalidades diferentes, por exemplo o Dr. Alberto Martins que tiveram em governos e em circunstâncias diferentes do país em lados opostos dentro do partido. Um partido é isto mesmo: primeiro está o programa e depois as pessoas. Esse foi o grande consenso e um consenso que continua a perdurar no PS.
A entrevista a Eurico Brilhante Dias vai para o ar este sábado, às 13h, na TSF. É também publicada na edição em papel do Dinheiro Vivo deste sábado, que sai com o Diário de Notícias e com o Jornal de Notícias.