António Mota diz que empresários partilham responsabilidade pela derrocada da construção em Portugal

Global imagens/Fábio Poço
O presidente da Mota Engil acredita que os empresários da construção também são culpados pelo estado a que chegou o sector no país. António Mota entende que a crise não explica tudo.
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Em entrevista à TSF e ao Dinheiro Vivo, António Mota lamenta que não tenha havido mais fusões no sector da construção em Portugal. «Há um conjunto de empresários que andou sempre de costas voltadas. Não houve nenhuma fusão sem ser a da Mota Engil com sucesso em Portugal», afirma o presidente da construtora.
Para António Mota não é possível resistir à concorrência no estrangeiro sem experiência nem dimensão a nível internacional. Por isso, conclui, «o sector estava extremamente fragmentado e foi muito fácil que a crise chegasse».
O presidente da Mota Engil admite também que pode ter havido algum excesso de investimento nos últimos anos. No entanto, afirma que há ainda margem para construir grandes infraestruturas em Portugal nos próximos anos, incluindo o novo aeroporto e a ligação rodoviária de Viseu a Coimbra.
A Mota Engil está presente em 22 países e mais de 70% da facturação já vem do exterior, começando a ter consequências no recrutamento. António Mota queixa-se de «uma dificuldade enorme em formar novos quadros portugueses» no sector da construção e em fazer a rotação dos quadros portugueses da empresa.