O presidente da Confederação Empresarial de Portugal (CIP) considera que já é altura de sacudir a austeridade e deixar de falar em crise, apostando antes no crescimento da economia.
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Comentando os dados do INE, que dão conta de que o PIB português caiu 1,5 por cento no quatro trimestre de 2011, António Saraiva disse que as previsões iniciais apontavam para uma queda de 1,6 por cento.
«Quando não falamos de crescimento, estamos numa situação incómoda» e esse «é o grande desafio que os empresários e a sociedade em geral têm pela frente», ou seja, «gerar fatores de crescimento», porque sem esse crescimento «não resolvemos os nossos problemas», defendeu.
Apesar de esperar recessão em 2012 e 2013, o presidente da CIP frisou que é preciso «arregaçar as mangas para sair desta austeridade constante e gerar crescimento».
António Saraiva, que está esta terça-feira a participar no congresso que assinala os 20 anos da Associação Empresarial da região de Lisboa, falou ainda sobre o novo corte ao rating de Portugal, feito pela Moody's.
«De corte em corte pelas agências de rating, já estamos numa zona em que não sei o que é que podem cortar mais», disse, frisando que essas agências já se enganaram, inclusive na crise do subprime dos Estados Unidos, e «são perversas nas suas avaliações».
Ainda assim, as agências de rating «têm um mérito», «despertam-nos para as realidades», considerou.
António Saraiva sublinhou que é preciso «inverter essa lógica» e mostrar a essas agências que estão erradas.