O Parlamento aprovou, por unanimidade, a proposta conjunta do PS, BE, PCP e PEV para a criação de uma comissão de inquérito às razões que levaram ao processo de resolução do Banif.
Corpo do artigo
Foram chumbados os diplomas apresentados pelo CDS e pelo PSD, que incluíam a proposta de uma auditoria externa.
Durante o debate, o PS e a esquerda parlamentar criticaram o anterior executivo de ter "arrastado" o caso durante 3 anos.
O PSD e o CDS lamentaram o voto contra do PS e da esquerda.
João Almeida do CDS disse que a comissão não deveria servir para "passar culpas entre governos" e considerou que existe "uma fação que já sabe as respostas", antes mesmo do inquérito.
Leitão Amaro, do PSD, acusou os partidos da esquerda de não quererem uma "auditoria externa que comece já". O deputado disse recear que, este, tenha sido o "início de um exercício de manipulação".
João Galamba, do PS, justificou o voto contra considerando que "em nome da "autonomia da comissão de inquérito", deve ela solicitar uma auditoria externa ou outras iniciativas que considere relevante.
"É a comissão de inquérito que cabe tomar essa decisão"-disse o deputado do PS
Pelo PCP, Miguel Tiago sublinhou que o texto aprovado "é muito mais completo" do que aqueles apresentados pela direita. O deputado comunista rejeitou também a proposta de uma auditoria feita por quem" durante anos ajudou a esconder os problemas do Banif".
Mariana Mortágua, do BE, diz que "quem quer saber a verdade toda, não pode querer "esconder-se atrás de falsos consensos" que visam "branquear" a atuação do anterior executivo.
Durante o debate o BE tinha anunciado que vai propor a realização de uma auditoria externa, mas no âmbito dos trabalhos da comissão e não fora dela, porque "não haveria resultados, em tempo útil", acusando o PSD de querer "condicionar" os trabalhos da comissão.
O debate foi vivo até ao fim.
A comissão de inquérito só deve arrancar depois de debatido e aprovado o Orçamento de Estado para 2016.