Foi aprovado hoje, no Parlamento, o relatório final da comissão de inquérito à gestão do BES e do Grupo Espírito Santo (GES). PSD, CDS-PP e PS votaram a favor, o BE optou pela abstenção e o PCP votou contra.
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Apesar dos elogios gerais ao relatório final elaborado pelo deputado Pedro Saraiva (PSD), a votação final não foi unânime. O relatório será debatido em plenário no dia 8 de maio.
Antes da votação, o PS explicou que votaria a favor do relatório final por considerar que é um texto "bem feito, bem escrito e fiel à verdade" nas palavras do deputado socialista Pedro Nuno Santos.
Para o deputado coordenador do PS na comissão, o texto de Pedro Saraiva (PSD), que recebeu acrescentos de vários partidos entre a versão preliminar e a final, merece elogios e a análise dos socialistas é feita independentemente da cor política do relator. "É importantíssimo que fique para o futuro um voto a favor, amplo, para este relatório", vincou Pedro Nuno Santos.
Por parte do CDS-PP, Cecília Meireles sublinhou o "enorme esforço" do deputado relator da comissão parlamentar de inquérito ao caso Banco Espírito Santo (BES)/Grupo Espírito Santo (GES) no separar de factos e convicções no relatório final dos trabalhos. O "enorme esforço" do relator Pedro Saraiva (PSD) "para dividir os factos das convicções" foi destacado pela deputada coordenadora do CDS-PP na comissão, Cecília Meireles.
Já o deputado do PSD Carlos Abreu Amorim, que também votou favoravelmente, preferia que tivesse ficado mais clara a responsabilização de Ricardo Salgado.
O PSD elogiou a atitude do Governo, com Carlos Abreu Amorim a considerar que "a fibra e a"coragem assinalável" do primeiro-ministro e da ministra das Finanças na gestão do caso BES evitaram prejuízos maiores para os contribuintes.
O Bloco de esquerda, que optou pela abstenção, disse que o relatório final da comissão parlamentar de inquérito BES/GES é uma "descrição factual" do que sucedeu ao longo dos cerca de seis meses de audições.
Já o PCP, o único partido a votar contra, pela voz do deputado Miguel Tiago, deixou claro que o problema é "sistémico" e que as conclusões não podem contribuir para que depois de "todo o trabalho" se fique com a ideia de que houve um conjunto de indivíduos "ardilosos" que conseguiram enganar o sistema.