As dores de crescimento da Web Summit. O texto obrigatório, mesmo para quem não vai
Trânsito, transportes, alojamento. As razões para evitar a zona oriental de Lisboa durante a Web Summit.
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O conselho é da PSP. A policia avisa que a partir deste domingo e até ao final da Web Summit, na quinta-feira, estão previstos condicionamentos à circulação automóvel em toda a zona envolvente do Parque das Nações, sob vigilância policial.
A Alameda dos Oceanos, no sentido norte-sul, entre a Rotunda dos Vice-Reis e a Avenida do Índico, está circulável, mas o trânsito vai ser interrompido junto à FIL, entre o Pavilhão de Portugal e a rotunda dos Vice-Reis (sentido sul-norte).
É também cortada a Rua do Bojador, no troço entre o Altice Arena e a Feira Internacional de Lisboa (troço nascente-poente) e a Avenida do Atlântico, entre a Feira Internacional de Lisboa e a Praça Sony.
Vão estar condicionadas a Rua do Bojador entre a Avenida da Boa Esperança e o Altice Arena e a Avenida da Boa Esperança entre a Rotunda dos Vice-reis e o Hotel Myriad.
A PSP alertou ainda para eventos periféricos ligados à "Web Summit", que podem provocar congestionamento de trânsito, nas zonas do Bairro Alto, Cais do Sodré e zona circundante do LX Factory.
Transportes
A Web Summit conta com 70 mil participantes que vão pressionar a, já de si congestionada, rede de transportes públicos de Lisboa, em especial a Estação do Oriente.
Aproveitando a oportunidade, a Carris, a CP e o Metro de Lisboa criaram títulos de transporte específicos. Um passe de três dias por 20 euros.
Por outro lado, para combater a opção pela Uber, foi criada uma parceria entre a Carris e a plataforma de táxis "mytaxi", sendo possível, de segunda a quinta-feira, utilizar táxis partilhados, com o preço máximo de cinco euros por utilizador, dentro do município de Lisboa.
"O serviço estará disponível via plataforma "mytaxi" através da funcionalidade que será lançada especificamente para os dias em que decorre a Web Summit", sob a designação "mytaximatch CARRIS" e "irá permitir a partilha de viagens de táxi até dois utilizadores distintos (no máximo quatro passageiros) que tenham como origem ou destino o Parque das Nações", informa a plataforma.
O Metro, por seu lado, vai estar em greve no último dia da Web Summit (entre as 6h00 e as 9h30), mas a empresa promete estar atenta em todos os dias do evento e vai monitorizar a circulação na linha Vermelha com o objetivo de procurar ajustar a oferta à procura.
Alojamento
Hotéis lotados e com os preços inflacionados - é este o retrato de uma semana em que a hotelaria esfrega as mãos, sendo a Web Summit já uma época alta para o setor.
A Associação da Hotelaria de Portugal (AHP) estima que "os hotéis da cidade de Lisboa possam fechar com uma ocupação muito próxima dos 100%" e o preço "irá, naturalmente, ajustar-se".
Um inquérito da AHP feito no último ano, em que o evento teve 60 mil participantes inscritos, revela que "a taxa de ocupação hoteleira na cidade de Lisboa fixou-se nos 92% e o preço médio nos 141 euros, enquanto na região de Lisboa a taxa de ocupação foi de 88% e o preço médio de 128 euros".
Já a Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP) prevê que os participantes na Web Summit gastem mais de 61 milhões de euros durante os quatro dias da cimeira tecnológica.
As contas da AHRESP são feitas com base numa despesa média diária de 220 euros por participante, dos quais 120 euros em alojamento e 50 euros em "restauração e animação".
Quanto à restauração, dentro do recinto, a organização fala na existência de 70 carrinhas de "comida de rua", com gastronomia de vários locais, espalhadas pelo recinto da FIL.
A FIL terá de crescer para a zona onde era a praça Sony (durante a Expo 98) para acomodar o crescimento previsto da Web Summit, nas próxima edições. Em 10 anos, espera-se que o número de participantes chegue aos 140 mil.
Este ano, serão "25 diferentes conferências dentro de uma só cimeira para discutir realidades relacionadas com a tecnologia, em áreas como o ambiente, o desporto, a moda e a política", adianta a Web Summit.
O palco principal, no Altice Arena, é apenas um dos locais onde decorrem palestras e apresentações.
Existem "três novos palcos": o "DeepTech", no qual estará em foco o impacto de tecnologias como a computação e a nanotecnologia na indústria e na vida quotidiana; o "UnBoxed", onde youtubers famosos e críticos de tecnologia vão analisar produtos eletrónicos; e ainda a "CryptoConf", que vai debater o futuro das moedas digitais.
Os trabalhos destas conferências podem ser seguidos em direto, através de vídeo, nas redes sociais da Web Summit.
Comunicações
Uma multidão em Lisboa que precisa de internet a toda a hora - adivinha-se um teste de pressão às redes de telecomunicações.
Dentro da Web Summit, existe Wi-fi de alta densidade e alta disponibilidade disponível para todos os participantes. "A Altice Portugal, parceira tecnológica da Web Summit, dotou os locais onde decorre o evento - FIL e Altice Arena - com rede 'wifi' de última geração, tendo sido esta uma das principais razões para a transferência do evento da Irlanda em Portugal", adianta a empresa.
No último ano, o número total de dispositivos ligados à rede Wi-fi no evento foi superior a 50 mil. Existiram mais de 2,1 milhões de sessões. Foram transmitidos 45 terabytes (TB) de dados e a expectativa este ano é dobrar este valor.
Quanto à NOS, a empresa fez um reforço da rede móvel nas tecnologias 2G, 3G e 4G em toda a envolvente do Parque das Nações, através da colocação de uma torre móvel temporária e aumentou a capacidade das estações que servem a área.
Já a Vodafone tem "planos dedicados de reforço de cobertura e capacidade da sua rede de comunicações móveis" durante eventos de grande dimensão e "instalou uma antena especial com tecnologia que vai servir de base ao 5G", a quinta geração móvel.