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O Inspetor-Geral da ASAE revela que das 120 mil queixas anuais à Autoridade, menos de 10% têm material suscetível de investigação. A «lista negra» de operadores poderá avançar em 2015.
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A Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) recebe anualmente 120 mil queixas sobre operadores económicos, mas menos de 10% contém «substância inspetiva».
Os números são avançados pelo Inspetor-Geral da instituição. Entrevistado pela TSF e pelo Dinheiro Vivo no programa «Tudo é Economia», Pedro Portugal Gaspar explica que «a ASAE recebe por ano 120 mil queixas [através dos livros de reclamações] e 40 mil denúncias. A participação cidadania é muito interessante, mas estamos a falar de um número de 160 mil».
Este volume de reclamações implica um enorme trabalho de filtragem mas o inspetor-geral sublinha que isso não pode trazer constrangimentos à filosofia de atuação da ASAE, que «não pode estar apenas e só ao serviço de dar resposta, até sob pena de poder ser instrumentalizada. Muitas são falsas, muitas são de desabafo psicológico, ou até do foro psiquiátrico. Outras são de vendetta de vizinhança, outras de foro laboral».
«Lista negra» talvez em 2015
Pedro Portugal Gaspar revela que a intenção de criar uma «lista negra» de operadores económicos noticiada no início do ano - e que na prática consiste na publicação dos resultados das inspeções, incluindo aquelas que detetam irregularidades - poderá avançar no próximo ano.
O inspetor-geral deste órgão de polícia criminal defende que esta «seria uma ideia interessante para se poder trabalhar», mas Portugal Gaspar sublinha que a ideia não se pode confundir com «um selo de qualidade porque isso levantaria problemas associados a certificação». Quanto ao momento de colocar a ideia em prática, Gaspar não se compromete: «veremos se há condições para 2015», afirma.