O governo grego anunciou, esta quarta-feira, que decidiu rever em alta o défice deste ano para 6,7 por cento. Inicialmente estava prevista uma meta de 5,4 por cento.
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O executivo justifica esta revisão em alta com o fato de a recessão no ano passado ter sido mais profunda do que o esperado.
Esta revisão acontece um dia depois de a Grécia ter sido salva, outra vez, da bancarrota pelos países da Zona Euro e numa altura em que os sindicatos públicos e privados estão a apelar a novas manifestações contra a austeridade reforçada.
Depois do almoço é a hora marcada para a resposta dos sindicatos e da rua a este segundo pacote de ajuda à Grécia, que significa um maior aperto para os gregos.
Num apelo único, sindicatos de trabalhadores do sector público e privado pedem uma resposta clara dos gregos na manifestação marcada para esta quarta-feira à tarde junto ao parlamento, no dia em que os deputados votam uma nova série de medidas exigidas pela troika como condição para ter acesso ao segundo resgate.
Os sindicatos alertam que só todos juntos é possível varrer mais austeridade. Num comunicado, as duas principais centrais sindicais do país avisam também que as medidas que vão ser votadas no parlamento são o ultimo golpe nas pensões e no sistema de segurança social no país.
Os sinais de tensão na Grécia, um país que enfrenta o quinto ano de recessão, não abrandam, com greves, protestos setoriais e manifestações praticamente todos os dias.
Na última grande manifestação, há cerca de uma semana, saíram à rua cem mil pessoas, 80 mil só em Atenas. Na altura, o Parlamento votava o acordo de princípio sobre o novo programa de austeridade pedido à Grécia em troca de mais 130 mil milhões de euros de ajuda para evitar a falência do país.