Carlos Santos Ferreira, presidente da Caixa Geral de Depósitos entre 2005 e 2008, quando foram concedidos alguns dos créditos mais ruinosos do banco, considera que o relatório da EY é omisso e contraditório.
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A auditoria à Caixa Geral de Depósitos é pouco profissional, e está repleto de erros, omissões e contradições. A acusação é de Carlos Santos Ferreira, que liderou a instituição entre 2005 e 2008, período durante o qual foram concedidos alguns dos créditos mais ruinosos.
O presidente da Caixa Geral de Depósitos, Carlos Santos Ferreira, considera que o relatório da auditoria da EY que identificou más práticas na concessão de empréstimos na Caixa Geral de Depósitos entre 2000 e 2015 é um trabalho "factualmente infeliz" e de "pouco cuidado profissional" que contém dados "errados e contraditórios".
Escutado na Comissão Parlamentar de Inquérito à Caixa Geral de Depósitos, o gestor que liderou o banco público entre 2005 e 2008 - período durante o qual foram concedidos alguns dos empréstimos mais ruinosos para a instituição - criticou de forma dura o documento da consultora.
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Santos Ferreira referiu alguns exemplos concretos, como o facto de o relatório mencionar "ausência de evidência" para os bónus salariais da administração do banco, e contradisse o documento com o argumento de que, em 2007, o único ano em que esse rendimento existiu, a decisão passou "por despacho do secretário de Estado".
Para Santos Ferreira, "após a divulgação pública do relatório da EY, assistiu-se a uma espiral de comentários das mais diversas origens, alguns deles com juízos de valor lesivos da honorabilidade das pessoas - e, sobretudo, da Caixa Geral de Depósitos -, que tem criado na opinião pública uma ideia de facilitismo e de irregularidade na concessão de crédito", ideia que tem desmentido no parlamento.
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Carlos Santos Ferreira continua a ser escutado na comissão parlamentar de inquérito ao banco público, que começou pelas nove e meia da manhã com a audição de outro antigo presidente do banco, António de Sousa, e deverá continuar pelo menos durante mais algumas horas.